Idosos são os melhores pagadores de empréstimos, aponta Serasa

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SUL FLUMINENSE

Os consumidores na faixa etária acima dos 60 anos são os melhores pagadores do empréstimo pessoal em todo o país. É o que indica estudo da Serasa Experian, com base nos dados do Cadastro Positivo. O levantamento realizado em maio aponta que os idosos mantinham pontualidade no pagamento das parcelas, atingindo a taxa de 91,3%. É o maior índice na comparação com os demais grupos de idade e está acima da média nacional que é de 85,8%.

E a idade possivelmente atrelada à estabilidade, indica que as pessoas entre 51 e 60 anos estão na faixa etária da segunda melhor taxa de pagamento em dia, com 88,4% de pontualidade. Em seguida surgem os consumidores de 36 a 50 anos (84,2%), 26 a 35 anos (81%) e de 18 a 25 anos (76,7%).

Segundo a Serasa, o empréstimo pessoal é uma linha de crédito procurada por quem precisa, por exemplo, quitar uma dívida, fazer uma compra mais cara evitando financiamento a juros mais altos e até mesmo substituir dívidas caras, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. “Os idosos, faixa que concentra também os aposentados, estão em uma fase mais madura e experiente, por isso, costumam priorizar melhor o pagamento em dia de suas contas para não desequilibrar o orçamento e manter uma vida financeira mais saudável”, analisa o economista Luiz Rabi.

O dado reflete uma prática comum entre muitos idosos do Sul Fluminense, que é tentar manter as dívidas em dia, independente de sua procedência. “Gosto de pagar tudo à vista. Se não tenho dinheiro, não compro. Somente ó que for muito necessário parcelo. Empréstimo eu fiz uma vez, o consignado e paguei em dia. Foi para ajudar o casamento de minha filha. Longas 48 parcelas de R$ 290, quitei em 2019. Tento ensinar meus filhos a ser assim, pagar em dia, evitar atrasos. Mas, os jovens são relapsos, priorizam futilidades”, comenta o aposentado Pedro Nascimento, 73.

Por sua vez, a estudante Nayara Souza, 19, lembra que o acesso ao crédito é tentador e muitos jovens não estão preparados para lidar com a responsabilidade. “Eu peguei empréstimo uma vez para quitar dívidas de estudo e contas de lojas. Não calculei os riscos de demissão e juros, acabei endividada. Negociei e voltei a pagar o saldo com mais juros. Confesso que eu não estava pronta para lidar com isso e pago gastando mais”, comenta.

FAIXA ETÁRIA E RENDA

Segundo o Cadastro Positivo, 16,8% dos brasileiros inscritos em sua base possuíam algum tipo de empréstimo pessoal ativo em maio. Na visão por idade, a maior utilização fica na faixa dos idosos acima de 60 anos, com 22,4%, e a menor no grupo de jovens, 18 a 25 anos, com 11,1%. No intervalo estão: 26 a 35 anos (14,8%), 36 a 50 anos (16,4%) e 51 a 60 anos (17,8%).

Em relação à faixa de renda, quem mais utiliza a modalidade são aqueles que ganham até R$ 1 mil (17,8%), na sequência os que recebem de R$ 5 mil a R$ 10 mil (17,5%) e depois os de R$ 1 mil a R$ 2 mil (17,4%). Por último, os que recebem acima de R$ 10 mil (17,0%). A faixa intermediária de R$ 2 mil a R$ 5 mil é a que menos procura esse tipo de empréstimo, com uma taxa de 15,3%. No estado do Rio de Janeiro, ao menos 13,1% da população tinha em maio a renda comprometida com algum tipo de empréstimo, segundo a Serasa Experian.

Para a economista e orientadora financeira Eliane Barbosa, quem contrai empréstimo deve definir prioridades e conhecer seu orçamento. “Quem recorre a empréstimos para fazer compras, pagar cartão de crédito ou até viajar, tende a se acomodar e criar um vício em retirar quantias rotineiramente. Os juros, prazos e o valor da parcela mensal precisam ser verificados para que nada fuja da realidade do orçamento do trabalhador”, argumenta.

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