BARRA MANSA
O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (SindMetal SF) participou nesta segunda-feira, 25, da Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Barra Mansa para discutir a situação da siderúrgica ArcelorMittal Sul Fluminense e de seus trabalhadores. A audiência contou com a participação do movimento social, associações de moradores, dirigentes sindicais e políticos da cidade, que elaboraram e aprovaram ações para suspender as demissões e manter a planta de Barra Mansa em plena atividade no setor da Aciaria Elétrica.
Segundo o presidente do SindMetal SF, Silvio Campos, ficou definido no encontro que qualquer demissão será comunicada ao sindicato; sugerir um pacote de fomento de desenvolvimento social municipal, estadual e federal; criar uma comissão técnica com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de Barra Mansa e Resende, Rotary Barra Mansa/Alvorada, Sindicato dos Metalúrgicos, associação de moradores, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Barra Mansa, Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Barra Mansa e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Uma vez criada, a comissão realizará visita ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Na audiência ficou acertado também o pedido para não ocorrer demissões, com garantia da permanência das atividades da empresa e que a Prefeitura de Barra Mansa comunique à comissão qualquer informação sobre a empresa. “Consideramos o encontro produtivo e agora é preciso encaminhar as ações aprovadas pelos presentes às entidades pertinentes. Será criada a comissão técnica e na sequência, serão feitos novos encaminhamentos”, informa Silvio Campos.
A Audiência Pública na Câmara de Barra Mansa foi presidida pelo vereador Wellington Pires. Além dele e do presidente do SindMetal SF, Silvio Campos, a mesa contou ainda com a presença do deputado estadual Marcelo Cabeleireiro e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Agnaldo Raymundo. O vereador ressaltou no encontro a posição relatada pela direção da empresa durante visita à unidade situada no bairro Saudade. “Na semana passada estivemos lá, a diretoria falou sobre os problemas que vem enfrentando com a queda do mercado, o que culminou nas demissões, remanejamentos e paralisação da Aciaria Elétrica. Mas, garantiu que a planta continuará funcionando. Mesmo assim, decidimos promover este debate para pensar em alguma medida de evitar novos desligamentos”, justificou Wellington Pires.
Dados do SindMetal SF dão conta que aproximadamente 540 funcionários já foram desligados. Contra novas demissões, os poderes legislativo e executivo devem enviar representantes à Brasília (DF), no próximo mês. A intenção é deixar o Cade ciente da situação e cobrar um posicionamento. Afinal, em 2018 o Cade foi responsável por autorizar a venda da Votorantim Siderurgia ao grupo ArcelorMittal.
O secretário Agnaldo Raymundo frisou que o governo de Barra Mansa está atento à situação e repudia demissões, já o parlamentar Marcelo Cabeleireiro ressaltou que levou os fatos ao conhecimento do governador Wilson Witzel e está disposto a colaborar na manutenção do emprego no município.
SEM REPRESENTANTE
Parte fundamental da discussão, a ArcelorMittal não enviou representantes para a audiência, somente uma carta foi encaminhada, garantindo que não há intenção de realizar novas demissões e que a unidade permanecerá em atividade, inclusive com previsão de novos investimentos este ano.
A empresa já havia comunicado ao A VOZ DA CIDADE, que como parte de uma estratégia de otimização das operações, reduzirá a produção da Aciaria da planta de Barra Mansa. “Essa medida faz parte dos esforços da empresa para tornar a planta industrial mais competitiva e se mostra convergente para encarar os desafios da indústria do aço. A ação não impactará o pleno atendimento aos clientes. A ArcelorMittal Sul se mantém confiante quanto ao ambiente de negócios no Brasil nos próximos anos, e destaca que, inclusive, está intensificando seus trabalhos no desenvolvimento de novos produtos e analisando possíveis investimentos futuros na região”.