TRF converte prisão temporária em preventiva de alguns envolvidos

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SUL FLUMINENSE/ESTADO

Foi convertida no final da noite de segunda-feira a prisão temporária em prisão preventiva de dez acusados presos na Operação Furna da Onça, que apura o esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e de mão de obra terceirizada, principalmente no Detran, que teria movimentado cerca de R$ 54 milhões. A decisão foi tomada pelo desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), acatando pedido do Ministério Público Federal (MPF). Do Sul Fluminense os presos na operação foram os deputados André Corrêa (DEM), reeleito, de Valença, mas que morava no Rio de Janeiro, e Edson Albertassi (MDB), de Volta Redonda, licenciado da função e já preso em Bangu; além do deputado federal eleito Vinícius Farah (MDB), ex-presidente do Detran, de Três Rios; e o atual presidente do Detran, Leonardo Jacob, também de Três Rios. Os dois últimos não foram atingidos pela decisão do desembargador e já estão soltos.

Ficaram presos preventivamente os deputados estaduais com mandato: André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius ‘Neskau’ (PTB). Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, todos do MDB, continuam presos, o último em casa. O TRF decretou a prisão preventiva do secretário de Governo Affonso Henrique Monnerat (já exonerado), de Daniel Martins (enteado de Luiz Martins), do ex-chefe de gabinete do deputado André Correa, José Antonio Wermellinger Machado e de Leonardo Mendonça Andrade, assessor do deputado Marcos Abrahão.

Foram ainda decretadas a prisão preventiva dos irmãos Andreia Cardoso do Nascimento e Fabio Cardoso do Nascimento, assessores do deputado Paulo Melo.

SOLTOS

O pedido do MPF foi aceito em parte, pois pedia a decretação da prisão preventiva do deputado estadual Marcelo Simão (PP), da diretora de registros do Detran Carla Adriana Pereira e de Magno Cezar Motta, assessor do deputado Paulo Melo. Sobre a prisão do deputado, o desembargador Abel Gomes substituiu a pena por medidas alternativas. O parlamenta não pode comparecer à Alerj, está proibido de sair do país e terá que entregar seu passaporte. Os outros dois, Carla e Magno foram suspensos dos cargos públicos e também proibidos de entrarem e frequentarem o Detran e a Alerj.

A suspensão do exercício da função pública foi para Alcione Chaffin Andrade Fabri e Jorge Luis de Oliveira Fernandes. E a proibição do exercício da função pública foi pedida para Leonardo Silva Jacob (presidente recém-exonerado do Detran), de Três Rios, Shirlei Aparecida Martins da Silva (recém-exonerada subsecretária na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social).

Sem cumprir medidas alternativas foram soltos o deputado federal eleito Vinicius Farah, Jennifer Souza da Silva, Jorge Luiz Ribeiro e Marcus Wilson Von Seehausen.

Em nota enviada ao VOZ DA CIDADE a assessoria de Vinicius Farah enviou a seguinte nota: “O Desembargador Federal Abel Gomes determinou na noite da última segunda feira (12) a imediata liberação de Vinicius Farah, após o Ministério Público Federal considerar que a prisão temporária cumpriu suas finalidades de investigação e que não há mais nada requerido pelo MPF”.

Já a assessoria de André Correa disse que não tinha ainda uma nota a respeito da prisão preventiva do deputado. Não foi possível contato com Leonardo Jacob.

ARGUMENTO PARA CONVERSÃO

Segundo o MPF, a prisão preventiva de 18 dos 22 alvos é a medida mais eficaz para impedir prejuízos à investigação conduzida com a Polícia Federal e Receita Federal. “No entendimento do MPF, houve indícios de que alguns investigados tiveram acesso a informações da Operação antes de ela ser deflagrada, o que provocou perdas no cumprimento dos mandados de busca e apreensão que eram considerados úteis para o melhor andamento das investigações”, diz a nota do órgão.

 

 

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