Sindicato dos Metalúrgicos anuncia protesto contra a ArcelorMittal, em Barra Mansa

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SUL FLUMINENSE

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (SindMetal SF) está mobilizando movimentos sociais para um ato pacífico que pretende organizar diante da portaria da ArcelorMittal de Barra Mansa, situada na Avenida Homero Leite, no bairro Saudade, na próxima segunda-feira, 25, às 6 horas. Em comunicado do SindMetal SF, a diretoria informa que após meses na tentativa de negociação com a empresa “recorre aos movimentos sociais organizados e associações de moradores de Barra Mansa”. A justificativa é a necessidade em garantir os postos de trabalho. O sindicato alega tentar a solução para a estabilidade dos empregos na usina tendo em vista que a direção da ArcelorMittal Sul Fluminense alega a necessidade de finalizar operações em algumas áreas, devido à baixa no mercado. Entre elas, a Aciaria Elétrica, em Barra Mansa.

Para o presidente do SindMetal SF, Silvio Campos, a empresa gera dúvidas quanto à sua permanência em Barra Mansa. “Ela (ArcelorMittal) faz reunião com a diretoria (SindMetal SF) e diz que há a possibilidade de fechar. Vai pra dentro da fábrica e diz que não vai fechar. Se isso for verdade, que ela faça um documento junto ao sindicato, um acordo que não vai mais mandar ninguém embora, porque já mandou 500 pessoas”, frisa Silvio Campos.

O SindMetal SF propõe a elaboração de um pacto coletivo contra o fim da planta barra-mansense, gerando uma cláusula em Acordo Coletivo de Trabalho, para que a empresa não encerre suas atividades em Barra Mansa. “Não podemos permitir de maneira alguma que essa planta de Barra Mansa seja extinta”, argumenta Silvio Campos, citando que em abril de 2018 a ArcelorMittal Sul Fluminense possuía nas usinas da região o total de 1.500 metalúrgicos e agora, em média, são apenas mil. “Atualmente são cerca de 300 trabalhadores em Barra Mansa e outros 700 em Resende. Foram 500 empregos perdidos. A parte social tem que ser feita: estancar essas demissões”, propõe o presidente do SindMetal SF.

De acordo com a direção do sindicato, o ato será pacífico e com o propósito de orientar os trabalhadores e obter uma decisão definitiva contra demissões. “Vamos fazer um ato às 6 horas na segunda-feira. Um ato pacífico, totalmente para explicar aos funcionários e toda região o que está acontecendo. E às 19 horas, teremos uma Audiência Pública, na Câmara de Vereadores de Barra Mansa para poder tentar sensibilizar a empresa. Barra Mansa não aguenta ficar somente com a Saint Gobain. Uma cidade grande que nesse momento está precisando da ArcelorMittal. E já que chegou, que venha para somar”, pondera Silvio Campos.

AÇÃO ESTRATÉGICA

Questionada sobre as ações em Barra Mansa e informada sobre o ato da segunda-feira, a ArcelorMittal Sul Fluminense reiterou ao A VOZ DA CIDADE seu planejamento. “A ArcelorMittal Sul Fluminense informa que permanece operando sua planta industrial em Barra Mansa. Esclarece ainda que, como parte de uma estratégia de otimização das operações, reduzirá a produção da Aciaria desta usina. Essa medida faz parte dos esforços da empresa para tornar a planta industrial mais competitiva e se mostra convergente para encarar os desafios da indústria do aço. A ação não impactará o pleno atendimento aos clientes”, diz a empresa.

A ArcelorMittal Sul Fluminense ressaltou também que “se mantém confiante quanto ao ambiente de negócios no Brasil nos próximos anos, e destaca que, inclusive, está intensificando seus trabalhos no desenvolvimento de novos produtos e analisando possíveis investimentos futuros na região”.

A ArcelorMittal Sul Fluminense Barra Mansa foi fundada em 1937, a primeira fábrica na América Latina a adotar o sistema de sopro de oxigênio e lingotamento contínuo. A unidade e possui capacidade produtiva de 800 mil toneladas de aços longos por ano.

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