Servidores reclamam de Sindicato por não estar trabalhando em prol da categoria

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VOLTA REDONDA

Há dias, o Sindicato dos Funcionários Públicos do Município (SFPM) vem enfrentando momentos de incertezas. É que, recentemente, a entidade sindical foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho. Por meio do inquérito civil 000110.2018.01.001/5, o MP solicitou a apresentação do Estatuto atual do Sindicato e todas as atas de assembleias, seja geral ou extraordinária, como das eleições e votações de qualquer ordem, realizadas entre os anos de 2017 e 2018. O presidente da entidade, Ataíde de Oliveira, é acusado de ter promovido uma festa com bebidas, carne e sorteios de prêmios e em seguida uma assembléia para prorrogar seu próprio mandato para oito anos. Com isso, os servidores, que se sentiram traídos e enganados, acusam a diretoria de não estar trabalhando em prol da categoria.

Alguns servidores procuraram o A VOZ DA CIDADE para denunciar que foram enganados, já que foram convidados para a festa em comemoração ao Dia do Servidor, mas que na verdade tinham que deixar a assinatura porque se tratava também de uma assembléia. E o objetivo do presidente foi prorrogar seu próprio mandato para oito anos. Indignados, os trabalhadores cobram ação dos sindicalistas em prol dos trabalhadores e acusam também alguns membros do Sindicato de estarem fazendo propaganda para o atual Governo Municipal ao invés de lutar pelos direitos da categoria.

DENUNCIANTE DIZ QUE FOI CONVIDADA PARA FESTA

Uma das reclamantes, que preferiu não se identificar por medo de represálias, contou que, na época foi convidada para a festa em comemoração ao Dia do Servidor, mas não sabia de nenhuma assembléia. Ao chegar ao clube onde aconteceu o evento, ela teve de assinar uma lista quem, segundo o presidente seria para concorrer aos sorteios de prêmios, mas só depois ficou sabendo do que se tratava na verdade. “Teve sorteio, mas só depois ficamos sabendo que era assembléia para votação, assembléia. “Gostaríamos que fosse realizada outra eleição, dentro da legalidade e não do jeito que foi. Esperamos que, se o presidente agiu de má fé que seja punido. É um sindicato que não atende o trabalhador, reclamou.

Outra funcionária, que também não se identificou, destacou que, em relação a benefícios, as vezes que precisou não foi atendida, um convênio com o dentista. “Quando precisei não fui atendida como deveria, pois não havia profissional para pronto atendimento. Por isso, sai do plano. Na época me senti lesada”, criticou a servidora, ressaltando que para ver isso o sindicato não presta. Em relação ao dia da festa com assembleia, ela disse que nunca viu assembléia com cerveja e churrasco. “Espero que o presidente seja punido e que outra assembléia seja realizada para tratar do assunto e que aconteça outra eleição. Me senti enganada, pois quando fui convidada para a festa o prêmio atrativo era um carro. Não esclareceram que se tratava de uma assembléia para prorrogar o próprio mandato. Fomos lesados”, completou.

SERVIDORA DISSE QUE NÃO SABIA DA ASSEMBLEIA

Mais uma funcionária disse que nunca imaginou que aquela festa serviria também como assembléia. Ainda mais para prorrogar o mandato do atual presidente. “Pode ser legal, mas acho um ato imoral. Ainda mais de um presidente que não responde nada e não defende o funcionalismo. Primeiro ele mostra a lista de prêmios para nos atrair para a festa e depois, no andamento do evento pega as nossas assinaturas para constar como se soubéssemos da assembléia. Ninguém em sã consciência aceita isso. Não tem competência nem para defender o trabalhador. Essa pessoa deveria levantar e desocupar a cadeira para outro que tem o interesse de defender a categoria”, disparou a servidora, lembrando que sugere uma assembléia para esclarecimentos desses fatos. Disse que o servidor vai ao sindicato para tirar duvida e não é atendido, telefone não atendido e mesmo pelo e-mail não recebe resposta de nada.

Procurados pela reportagem do A VOZ DA CIDADE, o presidente do Sindicato, Ataíde, e o advogado Victor Jácomo, responderam  que o Sindicato foi notificado para prestar informações e vai prestar da forma requerida. Em relação a quem, poderia ter feito a denúncia, a atual diretoria acredita que diante de inúmeras vitórias do Sindicato, pode estar ocorrendo algum tipo de retaliação por parte de pessoas que não querem ver o sucesso da entidade. Disseram que, o estranho é que tais fatos surgiram e foram criados após a vitória do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). “Mas não temos noção de quem teria o interesse nisto”, comentaram.

DIRETORIA UNIDA

Sobre um ‘racha’ no Sindicato, o advogado garante que a diretoria está unida e buscando sempre melhorias para a categoria. Não havendo qualquer racha. “Não recebemos nenhuma reclamação do Ministério Público. Foi apenas um pedido de informação que prestamos. Estando certo que não há nenhum tipo de irregularidade”, respondeu o advogado. Segundo ele, sobre a festa e a assembleia foram momentos distintos. Já o presidente lembrou que, a festa foi em comemoração ao Dia do Servidor Público, para celebrar essa data importante, inclusive com sorteios de presentes para a categoria. “O que aconteceu está dentro da legalidade, portanto, que foi analisado pelo cartório e Ministério do Trabalho que faz os registros e controle de legalidade dos sindicatos”, disseram. Lembraram que o Sindicato tenta atender todas as demandas dos servidores, mas eles devem ter a consciência que somente isto está vendo vinculado agora por conta de retaliação, por conta da vitória do PCCS. Falaram em vitória, mas de acordo com os servidores, até ontem ninguém havia recebido nenhum centavo do PCCS.

É importante ressaltar que, o mandato do atual presidente, que vai até 2021, já deveria ter terminado e uma eleição realizada no ano passado.

MANIFESTAÇÃO

Os professores da Rede Municipal de Ensino, que na semana passada decidiram em assembléia na Câmara  de Vereadores pela meia paralisação até o próximo dia 16, fizeram ontem duas manifestações, uma pela manhã e outra à tarde,  na Praça Sávio Gama, em frente ao Palácio 17 de Julho, no Aterrado.

Os profissionais da Educação cobram entre outros, a implantação do PCCS e as 30 horas semanais de trabalho, que hoje são 44 horas.

 

 

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