PMs denunciam falta de apoio do Estado para atuar contra o coronavírus

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VOLTA REDONDA
A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) levou e continua levando incerteza e medo aos países de todos os continentes. E para conter o avanço do vírus, a principal medida recomendada pelos órgãos de saúde é o isolamento social, até daqueles que não estão nos grupos de risco. Mas para aqueles que não podem parar, já que estão na linha de frente para enfrentar a pandemia, como médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e, principalmente os policiais militares, o trabalho tem sido dobrado. E mesmo assim, eles se queixam da falta de estrutura e segurança para ajudar a salvar vidas. É o caso dos policiais militares que residem em  municípios da região Sul Fluminense, mas que trabalham em unidades da capital.
Uma das queixas vem dos agentes que residem em Volta Redonda, Barra Mansa e outras cidades, mas são lotados em unidades da capital e dependem do transporte oferecido pela corporação. De acordo com denúncias feitas ao A VOZ DA CIDADE, antes da pandemia, dois ônibus estavam à disposição dos agentes para levá-los e trazê-los. Só que, recentemente, somente um é oferecido. “Eram dois ônibus e agora somente um. Além disso, são apenas 19 vagas, já que devemos cumprir decreto, dando espaço no ônibus por causa do coronavírus. Além disso, os assentos são de preferência para os agentes mais velhos. Vale lembrar ainda que o número de policiais que trabalha no Rio de Janeiro é muito mais que 19”, contou um agente que preferiu não se identificar.
PERDENDO O DIA DE SERVIÇO
Os reclamantes lembraram ainda que, com a redução do meio de transporte, aqueles que não têm carro próprio e não podem dividir combustível com outras pessoas, com a falta de ônibus acabam perdendo o dia de serviço. “Desde o início da pandemia, os que não têm condições de chegar ao trabalho são bloqueados no sistema, perdem o dia e são impedidos de fazer hora extra. Não temos auxílio e nem suporte algum da Corporação”, denunciou outro policial, que também não quis deixar o nome por medo de represálias, lembrando ainda que são obrigados a cumprirem  exigência do uso de máscaras, mas que também as mesmas não são oferecidas pela Corporação. “Cada um é obrigado a conseguir a sua. Por isso, muitos amigos estão infectados com a Covid-19. Nem assim podemos reclamar. Temos que cumprir tudo que é determinado e pronto”, completou o policial.
MAIS ROTAS PARA ATENDER A CORPORAÇÃO
Procurada pelo A VOZ DA CIDADE, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar esclarece que por conta do novo coronavírus foi fundamental a criação de mais rotas para atender a Corporação em todo o Estado. “Inicialmente, antes do início da crise sanitária, existiam somente três rotas, entretanto em virtude da Covid-19 este número passou para dez. Os transportes circulam diariamente durante a manhã e a noite, com o intuito de levar policiais militares para o serviço e para a casa após o término de trabalho”, diz a nota.
A Assessoria ressaltou ainda que, por orientação da Diretoria Geral de Saúde (DGS) da Corporação, o subsecretário de Gestão Administrativa da Secretaria Estadual Polícia Militar (SEPM) determinou que o quantitativo máximo de usuários deverá ser de 19 pessoas, em cada ônibus por questão de proteção à doença.
PREOCUPAÇÃO E EMPENHO
A assessoria garantiu também que a Polícia Militar teve grande preocupação e se empenhou na aquisição de produtos e equipamentos destinados a dar maior proteção aos policiais militares, que estão na linha de frente no enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus. “Os investimentos em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são fundamentais, tanto para os policiais que atuam na área operacional, administrativa como para os que estão lotados nas unidades de saúde da Corporação”, completou a nota.
Em relação ao número de infectados pelo coronavírus, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, desde o início da crise sanitária no Estado, 3.364 policiais entraram em Licença para Tratamento de Saúde (LTS) por apresentarem sintomas gripais com suspeita de contaminação por Covid 19. Desses casos suspeitos, 66 foram confirmados e 1.308 já estão recuperados. “Houve, infelizmente, o registro de sete óbitos”, concluiu.

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