Neuropsicóloga alerta sobre sinais de autismo e a importância do diagnóstico precoce

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VOLTA REDONDA

Na semana passada foi lembrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, no último dia 2. A data visa aumentar a compreensão e a inclusão das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em todo o mundo. A neuropsicóloga Marcele Campos chama a atenção para a importância dos pais e responsáveis procurarem ajuda nos primeiros sinais de atrasos no desenvolvimento. “Muitos pais têm dificuldade em entender os atrasos, por ainda acreditarem na crença de que ‘cada criança tem seu tempo’. Há marcos importantes no desenvolvimento por faixa etária, por exemplo: aos quatro meses um bebê já sorri de forma espontânea ou usa as mãos e olhos juntos, como ao ver um brinquedo e tentar pegá-lo. Alterações no desenvolvimento podem ser observadas já nos primeiros meses”, apontou.

De acordo com ela, alguns atrasos direcionam os profissionais para a possibilidade de um Transtorno de Neurodesenvolvimento. No caso do autismo, as alterações afetam a comunicação, impactam na forma de  interagir socialmente e compreender as emoções e situações sociais, bem como podem apresentar comportamentos repetitivos, apego a rotina e pensamento inflexível. Segundo a neuropsicóloga com o apoio adequado, os indivíduos com autismo podem evoluir no seu desenvolvimento e até diminuir o nível de suporte necessário.

Segundo Marcele Campos, a vida social desempenha um papel fundamental no desenvolvimento saudável de crianças com autismo, pois as habilidades sociais, afetadas no TEA, podem ser trabalhadas, mas precisam ser estimuladas precocemente. “Portanto buscar o diagnóstico e tratamento precoce, para que as intervenções direcionadas sejam iniciadas é de extrema importância para a evolução do desenvolvimento”, cita a neuropsicóloga, completando que não necessariamente essa procura cedo possa apontar o TEA e que, muitas vezes, a falta de estímulos pode gerar atrasos que precisam ser contornados.

Para se ter uma ideia, é possível já verificar atraso no desenvolvimento a partir de um mês. “É preciso conversar mais sobre os marcos de desenvolvimento. Desde o nascimento, já é possível verificar se tudo está indo bem com a criança”, completou.

AUTISMO NO MUNDO

Atualmente, estima-se que uma em cada 36 crianças no mundo tenha autismo, tornando-o mais comum do que se pensava anteriormente. Além disso, os estudos recentes têm revelado muito mais sobre o transtorno do que se sabia há algumas décadas, o que tem levado a diagnósticos mais precoces e precisos, bem como a tratamentos mais eficazes.

Outros sinais comuns de autismo incluem: dificuldade em fazer contato visual durante a amamentação, não estender os braços para pedir colo, não apontar para o que deseja, reações exageradas a estímulos como som, luz e textura.

Se por um lado há diagnósticos mais cedo, de outro, adultos estão descobrindo tardiamente que têm TEA. “Nos adultos, os sintomas de autismo incluem: dificuldade em manter relacionamentos interpessoais, interesses restritos e rotinas rígidas, sensibilidade sensorial, dificuldades em compreender e expressar emoções, dentre outros”, concluiu.

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