O Dia da Consciência Negra é celebrado em todo o Brasil no dia 20 de Novembro. Segundo os responsáveis pelas ações, a data está incluída na Semana da Consciência Negra e tem como objetivo uma reflexão sobre a introdução dos negros na sociedade brasileira. Em 2002, tendo como foco o Dia da Consciência Negra, Barra do Piraí deus seus primeiros passos para a idealização do Projeto Beleza Negra com o objetivo de resgatar a memória de um povo que batalhou por sua liberdade. Neste ano, em sua oitava edição, o projeto contará com ampla programação e vai acontecer no domingo, 19, das 12 horas às23 horas.
O Projeto Cultural Beleza Negra ‘Não somos descendentes de escravos nos descendemos de seres humanos que foram escravizados’, é coordenado pelo seu idealizador, Herivelto Silva, e conta com uma com equipe de nove pessoas. Segundo o coordenador, enquanto projeto cultural, as ações programadas para domingo estarão permitindo que a promoção da cidadania se faça presente no cotidiano e consequentemente no desenvolvimento da sociedade. “Fato esse que nos norteará rumo à conscientização sobre a igualdade entre os povos. E nos fará refletir ainda sobre a questão das diferenças. Mostrando que elas existem e são necessárias para que nossa população tenha essa diversidade cultural tão rica e admirada no âmbito internacional”, declarou o coordenador, lembrando que, abolir o preconceito, certamente não se conseguirá, mas esclarecer, amenizar e levar a comunidade civil a uma analise sobre suas ações, constituirão o norte seguido por nós rumo à sensibilização e conscientização para uma população mais igualitária onde prevaleça acima de tudo o respeito.
O evento será destinado aos moradores de Barra do Piraí, distritos adjacentes e de toda a região. A oitava edição do Projeto Cultural Beleza Negra, de acordo com os organizadores, deve atrair cerca de duas mil pessoas, baseando-se nas edições anteriores. Como forma de inclusão social participam das ações portadores de necessidades especiais através dos desfiles de moda, assim como participantes da 3ª idade.
ATIVIDADES DO PROJETO
Ação Social com atendimento ao público e participação de advogados, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistente social, barbeiros, cabeleireiras, maquiadores entre outros. Terá ainda feijoada com pagode e a presença do Grupo de Dança Hip Hop, apresentação de danças afro, como capoeira, jongo e maculelê, além de oficina de turbantes, coral e Grupo de dança afro, desfile Beleza Negra Kids, concurso Beleza Negra, desfile LGBT / + Poder e show com grupo de pagode. No final haverá o resultado do Concurso Miss e Mister Beleza Negra e encerramento com charme e rap e pagode.
MOBILIZAÇÃO
A mobilização do povo negro se deu um ano após a abolição da escravatura, em 1888. Antes disso, os movimentos eram clandestinos e tinha como principal objetivo libertar os negros, como as revoltas que aconteciam e a fuga para os quilombos. Eram negros que resistiam contra o racismo, a escravidão e a opressão que passavam. Apesar do ano da Proclamação da República, em 1889, quando o Brasil se tornou soberano, o povo chegou ao poder, a democracia se estabeleceu, a situação dos negros não mudou, deu continuidade a prática da marginalização deles. Com o propósito de dar enfoque à História da África e afro-brasileira. O Projeto Cultural Beleza Negra objetiva oferecer subsídios teórico-metodológicos para o ensino cultural afrodescendente que se tornaram obrigatórias nas escolas por instituição da Lei 10.639/03.
É concebido a partir das principais demandas afro culturais para transpor a falta de referências teóricas e práticas no campo de estudos relativo à contribuição do negro na formação da sociedade brasileira. Reveste-se, assim, de significativa importância para superar o déficit de informações da História da África e Afro-Brasileira, no que tange à pluralidade e à diversidade. A ausência da História Africana é uma das lacunas de grande importância nos sistemas educacionais brasileiros. Esta ausência traz conseqüências sobre a população brasileira. Tomando o ambiente brasileiro como de exclusões étnicas, o qual denomina de racismos, existe um processo de criação de credos sobre a inferioridade do negro, do africano e dos afros-descendentes. Desta forma a ausência de uma história Africana, retira a oportunidade dos afros descendentes em construírem uma identidade positiva sobre as suas origens.
