Vice-prefeito negocia saída de ocupantes da Vila da Melhor Idade

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VOLTA REDONDA
O vice-prefeito e secretário de Ação Comunitária (Smac), Maycon Abrantes, se reuniu na tarde desta terça-feira, dia 30, com cerca de 30 pessoas integrantes da área chamada de Ocupação Dom Waldir Calheiros, no bairro Belmonte. O terreno com mais de dez mil metros quadrados é da prefeitura e está ocupado há quase um ano (desde o dia 28 de abril, segundo os posseiros). O local conta com 46 imóveis – 36 prontos – que são do projeto Vila da Melhor Idade, um investimento do governo estadual em parceria com a prefeitura da cidade, que contemplaria idosos de Volta Redonda. A reunião ocorreu no Fundo Comunitário (Furban).

No encontro, Abrantes explicou mais uma vez aos ocupantes de que eles não podem ficar onde estão atualmente, esclarecendo que é necessário passarem por um cadastro para inscrição nos programas habitacionais de Volta Redonda e assim serem contemplados até com uma casa, através do programa “Minha Casa, Minha Vida” ou pelo aluguel social.

“O prefeito Samuca está aberto ao diálogo e respeita o direito de moradia dessas pessoas, no entanto aquele espaço não é da prefeitura, se trata de um empreendimento do governo estadual. O que nós queremos é a inclusão dessas pessoas no cadastro municipal, que nada mais é do que política pública de habitação. Saber quem são essas pessoas que invadiram esse local; quantos são; se são de Volta Redonda ou de outras cidades; se estavam cadastrados anteriormente em algum programa habitacional” esclareceu o vice-prefeito, que lembrou que os ocupantes não querem se submeter ao cadastro por medo de serem intimidados judicialmente de forma individual.

Posseiros levaram cartazes e manifestaram em frente à prefeitura de Volta Redonda – Foto: Fábio Guimas

A Justiça determinou reintegração de posse à prefeitura e as famílias, que segundo os posseiros são em torno de 50, têm que deixar as moradias até a esta sexta-feira, dia 2 de fevereiro. Os ocupantes alegam falta de diálogo por parte da prefeitura e acusam a Guarda Municipal e a Polícia Militar de terem ido até o terreno na última segunda-feira intimidar as famílias. “Crianças foram revistadas, policiais andaram com fuzis. Nossos filhos estão com medo. Encostaram arma nas costas de trabalhador. Não precisa disso”, disse uma mulher que não quis se identificar.

Durante a reunião, o vice-prefeito se comprometeu a ter uma conversa com o prefeito Samuca Silva para que o processo judicial fosse paralisado e houvesse uma negociação com o governo do estado para que as construções fossem municipalizadas. Questionado pela reportagem do A VOZ DA CIDADE sobre as acusações dos integrantes da Ocupação Dom Waldir Calheiros, o vice-prefeito disse que o que houve foi uma decisão da Justiça.

“Não sei desses abusos. O que houve foi que essas pessoas trancaram o portão e não deixaram o oficial de Justiça entregar a notificação de reintegração de posse. O que acontece é que aquele terreno está envolvido numa questão judicial. O governo do estado está tentando receber na Justiça, valores investidos no empreendimento anterior que não foi para frente por uma série de questões. Estamos nos colocando à disposição das famílias, mas elas têm que confiar no poder público” disse.

O A VOZ DA CIDADE conversou com o coordenador da ocupação, Hafid Omar, que destacou que os ocupantes não estão contrários aos cadastros, e que desde o início, procuram o diálogo com a prefeitura.
“Ninguém aqui é contra o cadastro. Muita gente já era cadastrada. Muitas pessoas ali têm uma questão de pertencimento ao lugar e que não podem ser simplesmente retiradas dali. Quem procurou o diálogo sempre fomos nós, inúmeros ofícios solicitando reuniões. E foi truculenta a forma como a Guarda Municipal e a polícia agiram. A guarda revistou um menino de 13 anos, a polícia andando com fuzil” lamentou, frisando que os moradores da ocupação aguardam um cronograma e mais informação da prefeitura sobre o processo.

 

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