Secretaria de Estado de Saúde confirma dois casos de febre amarela em Resende

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RESENDE

A Secretaria de Estado de Saúde confirmou na tarde desta sexta-feira, dia 20, os dois primeiros casos de febre amarela em Resende. Um deles é um homem de 63 anos, morador da localidade de Vargem Grande, situada a 17 quilômetros do Centro da cidade, que deu entrada no Hospital de Emergência no último dia 14, e permanece internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade em estado regular, recebendo todos os cuidados necessários. Já o segundo caso é um morador do bairro Nova Liberdade, de 57 anos que, segundo informações, também teria frequentado a zona rural do município. O homem, que estava internado no Hospital da Unimed, faleceu na manhã desta terça-feira, dia 17.

As duas vítimas da doença não haviam se vacinado. A Prefeitura de Resende disponibilizou a vacina em todos os Postos de Saúde e em unidade móveis, além de ter feito dois Dias D de vacinação: um em 27 de janeiro e outro no dia 3 de março.

Segundo apurou o A VOZ DA CIDADE, neste fim de semana prolongado (sábado, domingo e segunda, dias 21, 22 e 23, respectivamente) a Secretaria Municipal de Saúde de Resende intensificará a campanha de vacinação contra a doença no município. O objetivo é oferecer uma nova oportunidade de imunização para quem ainda não se vacinou. As doses serão aplicadas no Centro Municipal de Imunização, e nos Postos de Saúde da Fumaça, Vargem Grande, Serrinha, Capelinha, Engenheiro Passos e Mauá, das 8h às 16h. Já na terça-feira, dia 24, a vacinação prossegue em todas as unidades, em horário normal.

A imunização da população será intensificada pelo governo municipal durante o fim de semana – Foto: Carina Rocha-PMR

Além disso, segundo a Secretaria de Saúde, também haverá nova busca ativa, com visitas domiciliares, nas comunidades de Vargem Grande e Fumaça. O objetivo é conscientizar os moradores sobre a importância da imunização e oferecer a vacina a quem ainda não se imunizou. A vacinação passa a ser indicada para idosos com mais de 59 anos, gestantes e quem estiver amamentando, de toda a área do município, desde que não haja contra indicações. Desde o início da campanha, em 2017, 108.538 mil pessoas já foram imunizadas em Resende. O número corresponde a 100,98% do público-alvo estabelecido pelo Ministério da Saúde, que era de 107.482.

O QUE É A FEBRE AMARELA?

Segundo o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão, o silvestre e o urbano. Mas a doença tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.

O Ministério da Saúde orienta a população sobre o ciclo de transmissão da febre amarela – Arte: Ministério da Saúde

É importante informar que o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão. A pessoa apresenta os sintomas iniciais 3 a 6 dias após ter sido infectada.

SINTOMAS DA FEBRE AMARELA

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

O Governo Federal demonstra os sintomas da febre amarela, como fadiga e dor abdominal – Arte: Ministério da Saúde

Somente um médico pode diagnosticar a doença. O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.

PREVENÇÃO

O Sistema Único de Saúde oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.

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