Médico especialista esclarece dúvidas sobre o vírus HIV/Aids

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BARRA MANSA

Esse mês é marcado pela campanha do Dezembro Vermelho e o objetivo é conscientizar a população sobre uma das doenças que mais mata no mundo, a Aids. E para informar sobre os perigos, sintomas e formas de contágios, o A VOZ DA CIDADE conversou com médico e coordenador do Programa DST/Aids de Barra Mansa, Alberto Aldet,    que esclareceu dúvidas e dogmas ainda existentes sobre a doença. Segundo ele, o número de casos de infecção pelo HIV aumentou, porém, os casos de Aids diminuíram por causa do coquetel, que bloqueia o vírus.

Conviver com o vírus HIV é diferente de viver com AIDS. O HIV ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As mais atingidas são as células brancas de defesa, os leucócitos. Já a Aids  é o estágio mais avançado desta infecção, porque o vírus, ao destruir as células de defesa, deixa o organismo mais vulnerável a diversas doenças.

De acordo com médico, com o coquetel o vírus se torna indetectável, possibilitando que a pessoa tenha uma vida normal. “No município existem cerca de 650 pacientes acometidos pelo HIV em tratamento, sendo que 90% estão com o vírus indetectável, e, os outros 10% geralmente não tomam o remédio regularmente”, disse. O coquetel antiaids é um combinado de medicamentos que atua evitando que o vírus HIV se reproduza e diminua a defesa do paciente. Segundo Alberto, o medicamento também evita a transmissão.

No município são realizados cerca de 500 testes rápidos por mês, e, quando o vírus é detectado, o sangue coletado vai para analise em um laboratório no Rio de Janeiro a fim de obter um laudo final. De acordo com Alberto, o número de pessoas infectadas pode ser computado em dobro, pois existem os casos de pessoas que ainda não realizaram os exames. Alberto explica ainda que a eficácia dos exames rápidos é de 98% na detecção do vírus, porém, é importante lembrar que, apenas depois de um mês após o contágio, que os exames detectarão o HIV.

Ainda segundo o médico, no ano de 2017 o número de casos novos com pessoas infectadas foi de 75, já esse ano foram 85 casos. “Nesses meus 27 anos de trabalho, nunca vi um ano ter um índice menor que o anterior. A cada ano aumenta mais um pouco”, falou.

Médico coordenador do Programa DST/Aids de Barra Mansa, Alberto Aldet – Foto – Fábio Guimas

TRANSMISSÃO E SINTOMAS

O vírus do HIV está presente no sangue, no esperma e na secreção vaginal, podendo ser transmitido através do sexo sem camisinha (via vaginal, oral e anal); compartilhamento de seringas com portadores do vírus; transfusão de sangue; e a vertical, que é a transmissão do vírus da mãe para o filho na gestação, amamentação e principalmente no momento do parto, o que pode ser prevenido com o tratamento adequado da gestante e do recém-nascido.

Os primeiros sintomas da doença podem ser leves e confundidos com um mal-estar passageiro. Segundo Albert Aldet, alguns dos sintomas são: perda de apetite, perda de peso, lesões de pele, diarreia constante, herpes, lesões bacterianas, lesões fúngicas, pneumonia, e outros. “Existem também as infecções oportunistas como a meningite, infecções intestinais, tuberculose, problema digestivo, neurológico etc. Se a pessoa não realizar nenhum tratamento, os principais sintomas começam a aparecer de forma expressiva em cerca de oito anos, porém existem casos que são em menos tempo e outros são mais”, disse.

A Aids ainda é uma doença sem cura, por isso o tratamento deve ser feito pelo o resto da vida.

TRATAMENTO

De acordo com o médico especialista, existe uma forma de eliminar o vírus após uma relação, onde o indivíduo foi exposto ao HIV. “Segundo o protocolo do Ministério da Saúde, em até 72 horas após a relação suspeita, a pessoa poderá iniciar um tratamento com o remédio Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Nós disponibilizamos o coquetel para paciente, que fará uso dele por 28 dias. O medicamento bloqueia totalmente a possibilidade da pessoa contrair o HIV”, disse, explicando que o ideal é levar o parceiro sexual para a realização do exame, para confirmar a existência do vírus. “Dessa forma a pessoa não precisará utilizar o medicamento, caso detectemos que o parceiro não tem o vírus”, contou.

O PEP é um tratamento com terapia antirretroviral (TARV) para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo de uma pessoa. Ela é indicada para as pessoas que podem ter tido contato com o vírus em alguma situação, como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha).

Porém o coquetel não serve como substituta à camisinha, o uso de preservativos masculinos e femininos é ainda a principal e mais eficiente maneira de se evitar o HIV.

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