Enem começa a ter prova digital a partir do ano que vem

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O Ministério da Educação (MEC) anunciou ontem, dia 3, que a partir de 2020 irá aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digitalmente para 50 mil candidatos. O objetivo é que até 2026 já não haja mais provas impressas. O exame do ano que vem terá uma versão piloto da prova digital, que será feita por opção dos candidatos. De acordo com o MEC, a prova do próximo ano será feita nos dias nos dias 11 e 18 de outubro no formato digital. O Enem regular, em papel, será aplicado, aos demais estudantes nos dias 1º e 8 de novembro. O Enem desse ano não tem alterações.

Como se trata de projeto-piloto, os estudantes que tiverem algum problema com a prova digital terão direito a refazer o exame na reaplicação, que atualmente é destinada a estudantes que foram prejudicados por questões como falta de energia elétrica, chuvas e outras intercorrências.

Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a digitalização vai ao encontro do que está sendo feito no restante do mundo, além de possibilitar economia com a impressão de provas. “Objetivamente, a pessoa pode receber a prova dela no celular já corrigida e verificar se concorda ou se teve algum erro de registro. Vai ter o comprovante em arquivo, tudo certinho”, disse hoje Weintraub. A redação também será feita pelo computador, digitada.

Acesso a computadores

Porém, um dos desafios será o acesso a computadores e outros meios digitais em um país onde muitas escolas não possuem os equipamentos. De acordo com o Censo Escolar 2018, 38% das escolas públicas têm laboratório de informática e 67%, acesso à internet. O ministro acredita que até 2026, quando a versão em papel deixar de ser aplicada e a versão digital ser a única disponível, a realidade brasileira terá mudado. Para a aplicação e realização do exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) irá contratar um consórcio aplicador e caberá a essa organização providenciar os equipamentos para que os estudantes possam realizar as provas.

Poderão ser usadas as instalações de universidades e de outros locais. O MEC não irá comprar computadores, vai usar a capacidade instalada, de acordo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes. “Isso já acontece hoje. O Enem é aplicado por parcerias que assinamos. A rede municipal e estadual não é suficiente para aplicação em papel. Usamos as universidades e já alugamos espaços. O consórcio será responsável pelas salas com estrutura de aplicação digital”, explicou.

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