CDL de Volta Redonda avalia primeiro dia de comércio aberto, pós-quarentena

0

VOLTA REDONDA

O comércio de Volta Redonda, após vários decretos municipais, voltou a abrir as portas nesta segunda-feira, dia 11. Depois de cerca de 50 dias, os lojistas puderam ter novamente contato com o público, seguindo uma série de exigências, buscando manter a segurança da população e dos colaboradores. Os principais centros comerciais tiveram um dia movimentado e cheio de expectativas para os próximos dias. Foi observado que grande parte dos consumidores saiu para realizar pagamentos em redes de lojas, de telefonia, além no movimento bancário e nas casas lotéricas. Em horário diferenciado, as lojas de rua podem funcionar de 14 às 22 horas, mas a maioria fechou antes das 20 horas, por conta do baixo fluxo de clientes à noite.

Todos os principais locais de comércio – nos bairros Centro, Aterrado, Vila Santa Cecília, Retiro e Santo Agostinho – registraram movimento. Também foi constatado o uso de máscaras por mais de 90% das pessoas nas ruas. No comércio, o álcool a 70% foi disponibilizado para os clientes e só foi permitida a entrada com máscaras, seguindo as medidas preventivas em vigor, além do controle de fluxo de acesso aos estabelecimentos, respeitando o distanciamento social no interior das lojas.

Na Amaral Peixoto, principal via comercial do Centro, a loja do empresário Alex Batista, estava fechada durante a quarentena e não trabalhou com delivery. “Ficamos de portas fechadas todo esse tempo esperando por esse dia, quase dois meses fechados. Hoje tivemos uma percepção otimista, vendendo cerca de 50% do que vendíamos. Se manter assim, conseguimos a renda suficiente para mantermos as contas em dia. Ainda temos o Dia dos Namorados que é uma data boa”, afirmou.

No Santo Agostinho, teve loja de roupa fechando mais cedo. “Essa é uma situação já complicada, de pandemia e tudo que envolve. Como meus clientes são em torno de 60% idosos, então não compensou manter a loja aberta, uma vez só poderíamos atender esse público de 14 até às 15 horas. Uma hora só é pouco. Vamos ver o que acontece nos próximos dias e torcer para dar tudo certo”, concluiu o empresário que preferiu não ser identificado.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR), Gilson de Castro, as regras de flexibilização do comércio são bem rígidas, conforme o decreto municipal 16.146, por isso, os lojistas orientaram os consumidores a cumprirem as determinações. “As medidas de prevenção são fundamentais para que possamos abrir evitando o contágio do novo coronavírus. A doença existe e precisamos ter todos os cuidados, lavar as mãos ou usar álcool a 70%, controlar o distanciamento social e usar máscaras. Vimos que é possível abrir, como vinhamos falando desde o início, com essas medidas, e esperamos que o comércio permaneça aberto e que a população se conscientize de que é necessário seguir essas orientações, porque assim, preservamos vidas e garantimos os empregos”, completou.

Ele citou ainda que essa preocupação de se proteger vem sendo vista também com os próprios clientes. “As pessoas já estão se cuidando e isso é muito importante”, acrescentou. O que foi confirmado por consumidores que foram às ruas no primeiro dia do comércio de portas abertas. Eles não quiseram se identificar, mas a maioria ouvida pela CDL, disse que precisa sair para realizar compras de produtos que estão precisando, pagar conta e resolver pendências. “Não tem como ficar 100% em casa. Com a queda das temperaturas, a gente precisa comprar agasalho, sapatos mais fechados e, principalmente, roupa de cama, edredons. Hoje, sai para ver isso não só para a minha casa, como também para meus pais, que são do grupo de risco. Já levo tudo higienizado e deixo na varanda. Segui à risca todas as recomendações”, afirmou uma moradora do bairro Água Limpa, que estava na Avenida Amaral Peixoto.

Nas lojas, a avaliação da receptividade dos consumidores quanto as medidas também foi positiva. “Os clientes estão cientes dessa necessidade e estão sendo pacientes. O espaçamento nas filas são de 2,5 metros por pessoa, entra de pouco em pouco e toda hora higienizamos com álcool 70% os carrinhos e cestos, além de aplicar nas mãos dos clientes que entram”, disse uma funcionária de uma loja de utilidades, do Retiro.

Algo em comum, foi a redução do quadro de funcionários durante o expediente. Das lojas que entrevistamos, uma precisou demitir um funcionário e as outras mantiveram contratos em suspensão, trabalhando com equipe menor, além de criar alternativas que para tentar evitar demissões futuras.

Um panorama dos cinco principais centros comerciais 

Lojas que encerram as atividades com a pandemia

A CDL também registrou o fechamento de várias lojas tradicionais nos principais centros comerciais, encerrando as atividades durante a quarentena que já ultrapassava 50 dias, com o comércio varejista fechado. Muitos estabelecimentos com placas de aluga-se nas portas, confirmando o que já se esperava com as lojas sem poder vender para se manter no mercado. Estima-se que a cidade já tenha mais de 7 mil demissões no comércio de bens e serviços com expectativa de fechamento definitivo por mais de 20% de diversos segmentos.

De uma maneira geral, o comércio recebeu uma quantidade considerável de clientes, mas bem abaixo do período antes da pandemia, mas a expectativa é de que as medidas funcionem na opinião de 90% dos entrevistados. As lojas consideram também que nessa primeira semana, deve ficar realmente mais intenso pelo período longo que as pessoas não puderam comparecer às lojas somado à liberação da segunda parcela do auxílio emergencial, pagamentos de salários e contas, mas deve ficar mais tranquilo ao longo do mês. Para os comerciantes, o Dia dos Namorados é uma data animadora, caso o comércio continue aberto.

Avenida Amaral Peixoto – Centro

Foi percebido um grande fluxo de pessoas, principalmente, onde tinha loja de grandes redes, que trabalham com crediário. Nas filas, muitas pessoas comentaram que estavam indo pagar os boletos. Em todas as lojas, todas cumpriram as medidas de higienização e distanciamento social, informando sobre as regras, evitando aglomerações no interior dos estabelecimentos.

Aterrado
O fluxo estava bem abaixo do que é registrado fora da pandemia. As principais concentrações de pessoas em agências bancárias e lotéricas. Quem abriu seguiu das medidas de higienização.


Retiro
Onde foi registrada a maior concentração de pessoas, com quase todas as lojas de portas abertas e filas para entrar, para compras e pagamento de boletos, com controle maior de pessoas dentro das lojas e higienização.

Santo Agostinho

Fluxo baixo de clientes, com boa parte de lojas tradicionais fechadas e algumas funcionando parcialmente. Em todas, teve higienização e controle de fluxo de clientes também. No bairro, muitas lojas continuam funcionando com sistema de delivery.

Vila Santa Cecília

O fluxo foi bem intenso nas grandes lojas que trabalham com crediário e vendem móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. As medidas de segurança foram seguidas, com funcionários na porta organizando as filas e boa parte das lojas abertas.

Deixe um Comentário