União e Estado se reúnem para tratar sobre a nova gestão

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RIO/SUL FLUMINENSE

O presidente da República, Michel Temer, e o governador Luiz Fernando Pezão se reuniram sábado, dia 17, no Palácio Guanabara, um dia após assinar o decreto de intervenção federal na área da segurança pública. No evento, ocasião em que Temer destacou o trabalho cooperativo entre a União e o Estado no combate à criminalidade, prefeitos da região cobraram que a medida também ampare as cidades do interior.

O presidente apartou que trata-se de uma intervenção cooperativa. “Porque nós a decretamos depois de uma conversa com o governador Luiz Fernando Pezão. Nós queremos que o Rio de Janeiro tenha medidas firmes, seguras, especialmente para proteger os mais vulneráveis”, disse o presidente, lembrando: “Não foram poucas as mortes, não apenas de policiais, mas também de trabalhadores, crianças e jovens. Quero registrar que não basta apenas o gesto da União, é preciso a cooperação de todos”, salientou Michel Temer, explicando que na ocasião da decisão, estiveram presentes na reunião o presidente do Tribunal de Justiça, o procurador-geral de Justiça, o defensor público, enfim, várias autoridades, inclusive setores da sociedade civil. “Todos unidos, juntamente com a União e o Estado, para combater a criminalidade”, acrescentou Temer, que anunciou a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, responsável por coordenar o trabalho da segurança pública em todo o país, sem invadir as competências de cada estado federado.

Pela medida assinada pelo presidente Temer, o general do Exército Walter Souza Braga Netto, Comandante Militar do Leste,  é o responsável, até 31 de dezembro deste ano, pelo comando operacional  da Secretaria de Segurança, das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e do sistema penitenciário do Estado.

RESENDE

O prefeito de Resende, Diogo Balieiro Diniz (Democratas), informou que pediu ao presidente Michel Temer e ao Governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, que as medidas que serão adotadas para conter a criminalidade no Rio de Janeiro sejam ampliadas também para o interior do Estado, em especial a região Sul Fluminense.

Segundo o prefeito, o pedido, que visa impedir que os criminosos migrem para as cidades do interior após as ações que serão desenvolvidas, foi feito durante uma reunião no Palácio Guanabara.

Durante o encontro, além de solicitar atenção especial também para as cidades do interior, que já vem sofrendo com o aumento da violência, o prefeito também lembrou que Resende abriga a sede da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), o que pode facilitar ações de prevenção na cidade, já que a instituição possui agentes altamente treinados.

Balieiro disse que o objetivo da sua participação foi saber como o interior do Estado será tratado neste processo de intervenção da segurança pública no Rio. “Não podemos permitir que as ações aconteçam somente na capital, fazendo com que a criminalidade migre para o interior. Não podemos pagar esta conta”, disse Diogo, lembrando que em Resende a AMAN possui um corpo efetivo altamente treinado e que pode ajudar na tarefa de manter a segurança pública no Sul Fluminense, mas esta decisão precisa ser encaminhada pelo comando da intervenção.

O prefeito lembra que não foi a primeira vez que ele pleiteiou apoio das esferas federal e estadual para combater o aumento da criminalidade em Resende. Em outubro do ano passado, por exemplo, ele esteve em Brasília onde se reuniu com deputados, senadores e ministros solicitando ações neste sentido. Um dos encontros foi com o general Marco Aurélio de Almeida Rosa, assessor especial do ministro da Defesa, Raul Jungman, ao qual o prefeito relatou os problemas relacionados à segurança pública que já afligiam a população de Resende. Na ocasião, o prefeito pediu o apoio das Forças Armadas para combater o aumento da criminalidade.

AÇÕES JÁ EM PRÁTICA

O prefeito destacou ainda que apesar da segurança pública ser um dever constitucional do Estado, a Prefeitura de Resende já tomou medidas efetivas para reduzir a violência no município. A primeira delas foi firmar um convênio com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para melhorar as condições de trabalho da Polícia Civil. “Através deste convênio, o Governo Municipal fornecerá 350 litros/mês de combustível para a 89ª Delegacia de Polícia, que também receberá materiais de escritório e servidores que auxiliarão nas tarefas burocráticas desenvolvidas no local”, contou o prefeito, que também já vem se reunindo com o comandante do 37º Batalhão da Polícia Militar, Coronel Jackes da Silva, visando integrar o trabalho da Polícia Militar e da Guarda Municipal para melhorar o patrulhamento da cidade.

“Segunda-feira, a prefeitura dará início ao curso de formação dos 115 candidatos aprovados nas primeiras etapas para integrar a Guarda Civil Municipal. O objetivo é ampliar em 60 o número de componentes da Corporação”, concluiu Diogo Balieiro.

ANGRA DOS REIS

O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, também participou do encontro no Palácio Guanabara. Ele afirma que foi o primeiro prefeito do interior a encontrar Temer para pedir intervenção militar no município, tomado há cerca de um mês por uma disputa de território por traficantes das facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). O encontro que Jordão cita, aconteceu há menos de duas semanas, conforme foi divulgado pelo A VOZ DA CIDADE.

“Esta situação não pode continuar e toda ajuda será bem vinda. Angra dos Reis é uma cidade pacífica e por isso mesmo, criminosos acuados nas capitais brasileiras, acabaram migraram para cá. O presidente da República e o ministro sinalizaram que irão enviar ajuda e em breve a paz será restabelecida”, enfatizou o prefeito, completando que o município é área de segurança nacional por abrigar três usinas nucleares, duas em funcionamento, e outra em construção, e a estrada Rio-Santos, que vem sendo fechada constantemente em protestos pela paz, não pode ter o tráfego de veículos interrompido por ser rota de evacuação em caso de algum acidente nuclear.

ITATIAIA

O prefeito Eduardo Guedes (MDB), de Itatiaia, também participou do encontro no Rio. Ele salientou a importância em se debater o assunto sempre. “Coloquei, junto com os demais prefeitos aqui do interior, a necessidade da intervenção também na nossa região. Não podemos ter a ostensividade somente na segura da capital, fazendo com que as pessoas que andam na contra mão da lei, migrem para as nossas cidades”, comentou Dudu. “Fica registrado a importância dessa reunião, onde pudemos levar o nosso sentimento, não só como prefeito, mas como o de toda a população de Itatiaia, toda a sociedade, que a intervenção seja feita não só na Capital, mas também nas cidades da nossa região”, concluiu o prefeito de Itatiaia.

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