Trindade defende redução de despesas e desburocratização para incentivar o empreendedorismo

0

RIO

O candidato do Partido Novo ao governo do Rio, Marcelo Trindade, afirmou hoje  em entrevista pela manhã à Rádio Globo que o Estado vai ter que reduzir despesas de pessoal, cortando gastos com cargos de confiança e terceirizados, que somam anualmente cerca de R$ 700 milhões. Em corpo a corpo na Rua Uruguaiana, no Centro, Trindade defendeu a desburocratização do estado para incentivar o empreendedorismo e a necessidade de regularização dos ambulantes da região.

“O Rio de Janeiro está falido e precisa cortar despesas. Há muitas despesas para cortar, encerrando o funcionamento de órgãos desnecessários, vendendo o que puder vender, como privatizar a Cedae, e cortando cargos de confiança, cargos terceirizados. Estou chocado, pasmo, com o fato de os meus adversários dizerem que não vão privatizar a Cedae, que não vão reduzir despesas”, afirmou.

O candidato do Novo aposta que as eleições de 7 de outubro vão mostrar o sentimento crescente da população pela renovação na política. “Eu ando pelas ruas e vejo que isto não tem classe social, não tem escolaridade. Todo mundo quer renovar, quer uma política diferente. Então esse sentimento do partido Novo está muito latente na sociedade e vai se manifestar nas urnas”, disse.

Negociações políticas com foco no interesse público

Questionado pelos apresentadores Fernando Ceylão e Carolina Morand sobre a dificuldade de governar sem alianças, Trindade afirmou que, se for eleito, negociará com os partidos em bases programáticas e não em troca de nomeações. Trindade apontou como oportunidade o fato de que muitos deputados da velha política não poderem se candidatar à reeleição por estarem presos por acusação de corrupção.

Para o candidato, a crise do Estado não foi responsabilidade dos políticos e dos governantes. Na sua avaliação, foi uma combinação de fatores, que também envolveu empresários corruptos. “Houve uma degeneração coletiva da qualidade das pessoas que comandaram os governos e as empresas”, afirmou.

Durante a entrevista, o candidato do Novo, que doou R$ 600 mil para sua própria campanha, explicou que o aporte foi feito para atrair contribuições de terceiros e competir com as campanhas adversárias que estão usando os R$ 4 milhões disponibilizados pelo Governo Federal. Questionado se a prática do Novo, de só usar recursos próprios na campanha, criará uma casta de políticos ricos, Trindade respondeu que isso foi uma necessidade e defendeu o aprimoramento do modelo para o financiamento das campanhas, sem recursos públicos e com limite baixo de doação por pessoas físicas.

Sobre a segurança pública, Trindade defendeu a Intervenção Federal e disse que, se for eleito, manterá o modelo do Plano Integrado de Segurança adotado, acrescentando que é preciso manter os investimentos que estão sendo feitos em planejamento e recursos humanos. “Temos uma emergência que precisa ser endereçada. Uma das principais propostas do nosso plano de governo é dar estabilidade aos comandos das polícias, com mandato, metas e recursos para termos resultados. Metas como redução de letalidade em confronto, para a Polícia Militar, e aumento substancial da apuração de ilícitos e do desbaratamento de organizações criminosas, para a Polícia Civil”, explicou.

O candidato observou, no entanto, que no médio prazo é preciso reverter a desproporcional alocação de recursos do governo estadual em segurança e em educação, para investir na redução da criminalidade. “O Estado gasta com polícia 40% da sua folha de pagamento, de R$ 2,2 bilhões mensais, e 25% com educação. Temos que combinar uma ação enérgica na segurança com uma mudança nessa gangorra, fazendo o lado da educação subir e a da segurança cair. Ou vamos ficar enxugando gelo para sempre”, previu.

Corpo a corpo

Após a entrevista, o candidato do Novo fez corpo a corpo na Rua Uruguaiana, no Centro da Cidade, uma das maiores áreas de comércio informal. Ele falou com vários ambulantes sobre a necessidade de regularização do comércio informal e explicou que seu governo vai facilitar a formalização e o funcionamento das empresas, desburocratizando os serviços do Estado.

Durante o almoço, o candidato participou de um encontro com empresários na Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), no Centro da Cidade.

 

 

Deixe um Comentário