Especialistas e observadores sociais acreditam que pandemia e crise social fizeram aumentar catadores de resíduos sólidos em Volta Redonda

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VOLTA REDONDA
Em recente encontro de encerramento das atividades de 2021 com representantes do Movimento Pela Ética na Política (MEP), ambientalistas e observadores sociais disseram que a pandemia e a crise social fizeram aumentar o número de c atadores de resíduos sólidos nas ruas em Volta Redonda. Informaram ainda que não tem dados certos, mas que esse aumento pode ser constatado nos bairros centrais e periféricos com a quantidade de catadores.
A integrante da equipe pedagógica do MEP e ex-aluna do Pré Vestibular Cidadão, Audre Virgílio, declarou que embora não tenha dados do cenário, a crise ou crises provocaram o aumento de pessoas nas ruas ‘garimpando’ recicláveis, pois trata-se da busca pela sobrevivência. “Arrisco dizer que chegam a dezenas no meu bairro. Também houve aumento de jovens vendendo balas nas ruas e nos sinais de trânsito”, disse Audre.
Já o professor Roberto Guião, biólogo, especialista em tratamento de resíduos sólidos e diretor do Projeto Dr. Catador em Volta Redonda, faz um olhar quantitativo em relação à produção de resíduos no período de dezembro no município. “A produção de resíduos sólidos orgânicos pode ter aumentado em até 50 % com as festas de fim de ano”, declarou o biólogo.
O catador de resíduos sólidos, Fabiano dos Santos, de 23 anos, disse que ao ‘garimpar’ papéis, plásticos, latinhas e garrafas pet para sua sobrevivência, sua motivação aumenta para o seu trabalho. Ele falou também da importância do cuidado com o ambiente. “Minha motivação primeira de estar fazendo isso é de quem precisa, vai buscar. O que estou fazendo aqui não só pra mim, como várias pessoas que estão fazendo também porque precisam. Tenho esposa e criança recém nascida, preciso trabalhar”, contou Fabiano, acrescentando que está ajudando o meio ambiente também.
COLETA SELETIVA BAIRRO A BAIRRO
As cooperativas Folha Verde, Cidade do Aço e Reciclar VR, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) vem divulgando calendário de coleta seletiva nos bairros da cidade. “A população precisa mais do que nunca ser envolvida no processo de consciência ambiental”, relatou um dos cooperativados, ressaltando que os catadores têm muitos desafios para realizar o trabalho, seja na infraestrutura, como também na consciência da população. Por isso, têm procurado trabalhar articulados.
Disse Euvado da cooperativa Folha Verde que o trabalho ajuda na preservação climática. Acrescentou ainda que é importante que a população separe seus resíduos para que eles possam enviar às empresas. E assim evitar derrubadas de árvores, como também garantir que outras matérias primas não sejam eliminadas. “Estamos com os caminhões nos bairros e se alguém tiver reclamações pode nos procurar e também a SMMA. Inclusive nosso caminhão tem GPS que monitora onde o caminhão está”, informou Euvaldo. Maria Nazaré, da Cooperativa Cidade do Aço, também falou sobre o trabalho dos catadores. Revelou que tem recebido reclamações das pessoas nos bairros da sua escala. “Reconheço que estamos falhando. Estou procurando reajustar para garantir que a coleta nas nossas áreas sejam regularizada”, afirmou Nazaré da Cooperativa Reciclar VR, que integra o trio de cooperativas que atuam em Volta Redonda.

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