Sobe o total de consumidores com dívida e cartão de crédito é o vilão

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 SUL FLUMINENSE

Segundo pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) 43,5% dos consumidores no estado estão confiantes ou muito confiantes quanto à retomada econômica brasileira nos próximos três meses. Em relação ao terceiro trimestre de 2020, 61,4% informaram ter ficado pouco endividados ou sem dívidas. Mesmo com a pandemia, as perspectivas de consumo se mostram firmes e 37,1% pretendem adquirir bens duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos e automóveis até o fim do ano.

O número de consumidores com dívidas apresentou aumento em outubro com 25,9% dos entrevistados, perante 23,3% dos participantes em setembro. Já o número de muito endividados caiu de 19,9% para 12,7%. A pesquisa também revela que houve aumento dos que estão com poucas restrições: 28,1% e dos que não têm dívidas, 33,3%.

Em relação à inadimplência, foi constatado aumento de consumidores não inadimplentes: em setembro, o número era 47,1% e em outubro o percentual aumentou para 52,6%. Os que estão pouco inadimplidos permaneceram praticamente iguais entre setembro e outubro: respectivamente 22,7% e 22,2%. Já o número de cidadãos inadimplentes caiu de 19,8% em setembro para 16,4% em outubro, assim como os que estão muito inadimplentes: de 10,3% em setembro para 8,8% em outubro.

Listar despesas e controlar o orçamento são medidas para evitar o endividamento – Arquivo

CARTÃO DE CRÉDITO LIDERA OS GASTOS

Entre os gastos relacionados à inadimplência, lideram o ranking o cartão de crédito (47,6%), seguido por contas de luz, gás, telefone, água e internet (40,3%), crédito pessoal (30,4%), educação (22%), cheque especial (16,8%), entre outros.

O cartão de crédito é a principal dívida do eletricista Alexandre Gomes, 38. “Difícil não usar e difícil pagar a fatura total. O salário não cobre todas as despesas, principalmente os imprevistos com carro, gás que acaba imprevisivelmente. Há três meses pago o valor mínimo com juros, quero tentar usar o décimo terceiro para me livrar disso”, comenta.

CONSUMO CONSCIENTE

Para a economista e orientadora financeira Eliane Barbosa, para evitar as dívidas o consumidor deve respeitar o limite de gastos com o seu orçamento. “É regra separar de 10% a 30% do salário mensalmente. É fundamental buscar ofertas, comprar à vista e, no caso de financiamentos, optarem por prazo curto e prestação dentro do salário mensal. Juntar dinheiro para ter um bem e compra-lo à vista ou dando entrada bem elevada e ter parcelas pequenas de prestação é sempre a melhor saída”, afirma.

Ela cita que na maioria das situações envolvendo restrição de crédito que analisa tem o consumidor registrando dívidas novas que se acumulam com outras já contraídas. E tudo isso é somado ainda aos valores das despesas fixas como aluguel, alimentação e energia elétrica, por exemplo. “É preciso ter disciplina com o dinheiro e bom senso nos gastos. Sugiro o consumidor terminar uma dívida para iniciar outra. Conheço casos de pessoas endividadas que optam em viajar num feriado prolongado, por exemplo, a pagar despesas de sua empresa e também de cunho pessoal. No fim, tudo se acumula favorecendo o endividamento”, finaliza.

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