Setor de serviços tem alta de 3,7% e supera nível antes da pandemia

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RIO/SUL FLUMINENSE

Abrangendo as atividades de serviços e comércio de produtos, o setor de serviços cresceu 3,7% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano e superou, pela primeira vez o nível em que se encontrava antes da pandemia de Covid-19. Os dados foram divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), analisando que em nove meses consecutivos de taxas positivas, o setor acumula crescimento de 24%, se recuperando assim da perda de 18,6% registrada em março e maio de 2020.

O crescimento ocorreu em 18 das 27 unidades da federação, sendo a principal alta para Mato Grosso (14,8%) e a retração mais relevante no Distrito Federal (-5,1%). O Rio de Janeiro registrou alta de 0,8%. Segundo a PMS, entre as atividades no país, a expansão de maior importância em fevereiro foi a dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%), que acumulou ganho de 8,7% nos dois primeiros meses do ano e agora supera em 2,8% o patamar de fevereiro do ano passado.

Para o gerente da PMS, Rodrigo Lobo, vêm se destacando as empresas que prestam serviço de logística por conta do aumento das exportações de petróleo e do agronegócio e ao crescimento das vendas no comércio on-line. “Assim, o segmento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%) cresceu de forma significativa desde junho de 2020 e neste mês de fevereiro atingiu seu ponto mais alto da série (iniciada em janeiro de 2011”, analisa.

No Sul Fluminense empresas terceirizadas de logística sobrevivem com base nas encomendas do e-commerce. “Nosso volume de entregas era de 1 mil pedidos semanalmente, em todo o Sul Fluminense. Com a pandemia foi caindo até nesta segunda onda paralisarmos três dos motoristas com seus caminhões de entrega, baixando o volume a menos de um quarto desse total. Tem salvado são lojas e algumas fábricas que precisam fazer entregas de mercadorias vendidas pela internet”, comenta a empresária Maria das Dores Maia, que conta com equipe formada por motoristas e ajudantes. “Tem sido um sufoco esta fase, ainda mais com as restrições no estado de São Paulo, nosso maior gerador de produtos para entrega e distribuição”, comenta a moradora de Resende.

O transporte rodoviário de cargas é um dos segmentos analisados na PMS do IBGE – Fábio Guimas

A PMS aponta alta de 5,5% para o transporte terrestre, seguindo a demanda do transporte rodoviário de cargas. Algo que para Jair Mendonça oscila bastante apesar da melhoria apresentada pelo IBGE. “O caminhoneiro fretista autônomo luta para sobreviver da sua atividade. Felizmente muitas entregas ainda são necessárias, mas os custos subiram demais para combustível, manutenção do veículo e alimentação. De fato, no início do ano houve melhora nas contratações de transporte, mas já tem caído bastante”, comenta o morador de Floriano, distrito de Barra Mansa.

BARES E RESTAURANTES

A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE aponta que os serviços prestados às famílias tiveram alta de 8,8%, o que incluem segmentos como restaurantes e hotéis, mas isso se deve muito ao fato de a base de comparação estar baixa. “Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, serviços prestados às famílias tiveram perdas significativas entre março e maio e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas. Os dois meses anteriores foram de queda e, portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação, estando ainda 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020”, esclarece Lobo.

O segmento de bares, restaurantes e lanchonetes sofreram retração com as medidas contra a pandemia – Divulgação

Na mesma linha, o índice de atividades turísticas apontou expansão de 2,4% na passagem de janeiro para fevereiro, registrando a segunda taxa positiva seguida, após variação negativa (-0,1%) em dezembro de 2020. Mas também tem ainda muita estrada pela frente: mesmo tendo avançado 127,5% entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, ainda precisa crescer 39,2% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020.

A Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no País, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.

Há resultados para o Brasil e todas as Unidades da Federação. A técnica de coleta é o Questionário eletrônico autopreenchido (CASI) e a Entrevista pessoal com questionário em papel (PAPI).

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