Seminários sobre o espaço das mulheres negras no mundo acadêmico serão realizados em Volta Redonda

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VOLTA REDONDA
A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda realiza nesta quarta, 20, e quinta-feira, 21, uma série de seminários dentro da programação da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, que se encerra na próxima quinta, Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado todo 21 de março.
Segundo a responsável pela Divisão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da SMDH, Juliana Sampaio, os eventos são abertos ao público em geral, mas a expectativa é que a presença majoritária seja de estudantes das instituições onde serão realizados os seminários. “Mas é fundamental que o público seja diversificado, porque é uma pauta que a sociedade precisa discutir”, argumenta Juliana.
PRIMEIRO DOS SEMINÁRIOS
Com a temática “Mulheres na Ciência – Desafios e Meios: perspectivas sobre a equidade nas universidades”, o primeiro dos seminários acontece na quarta-feira, 20, às 10 horas, no campus Aterrado do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ); no mesmo dia, às 19 horas, será realizado o segundo seminário, desta vez no Auditório III do campus Aterrado do Centro Universitário Geraldo di Biase (UGB). Na quinta-feira, 21, às 19 horas, será realizado o último seminário, desta vez no auditório do campus Aterrado da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Participam do evento profissionais da SMDH, psicólogas, professores e docentes: pela secretaria, a própria Juliana Sampaio; pela UFF, a professora Lígia Soares; pelo UGB, a professora Milene Santiago e a estudante do curso de Psicologia, Brendha Mattos; pelo IFRJ, a professora Cláudia Maria Nunes e a estudante de Matemática, Karla Thaís; e a psicóloga Cintia da Glória.
EVENTO EM TRÊS INSTITUIÇÕES DE ORIGENS DIFERENTES
Juliana explica que buscaram realizar o evento em três instituições de origens diferentes, com Ensino Médio e Ensino Superior, tanto público quanto privado, sendo que o IFRJ e a UFF possuem, cada, um Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), enquanto que o UGB tem professores ligados a essa pauta. “A ideia é discutir a perspectiva dessas instituições: como é ser uma professora negra numa universidade pública, numa universidade privada e no instituto federal. E como esse conhecimento acadêmico, que perpassa pelo corpo negro, pelo corpo negro da mulher, produz conhecimento – e qual tipo de conhecimento –, e sobre como é solitário ocupar esses espaços de poder dentro dessas instituições”, explicou.
Para a representante da secretaria, o seminário acaba por se inserir dentro da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo” justamente pela discussão da pauta racial dentro dos espaços acadêmicos, na produção de conhecimento e no acesso das pessoas negras a esses lugares de professores. “E também, como março é também o Mês da Mulher, a gente decidiu juntar as duas questões nesses eventos”, pontuou Juliana, acrescentando: “A campanha, ‘21 Dias de Ativismo contra o Racismo’, também leva à reflexão sobre esses cenários de violência contra a população negra, e aí a gente escolheu falar sobre as mulheres negras; de qual forma essas mulheres negras, ocupando esses cargos de professores nas instituições de Ensino Superior ou de Ensino Médio, também podem ser agentes de transformação para os alunos? Porque a gente também fala sobre o imaginário do negro, que a sociedade imagina sempre o negro em outras posições, não como uma professora universitária, por exemplo, que tem uma formação com doutorado. Elas, as participantes, vão discutir como é que foi essa trajetória, rompendo com essa universidade do branco, rompendo com várias violências.”

 

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