BARRA MANSA
Apresentar as intenções do Conselho de Gestão Estratégica Financeira da cidade e compartilhar responsabilidades de decisões para a saúde financeira da prefeitura. Com esses objetivos, o prefeito Rodrigo Drable e secretários ligados ao conselho, se reuniram nesta sexta-feira, 19, na sede da Aciap com lideranças políticas e entidades de classe. Um alerta foi dado pelo prefeito: Não há saúde financeira pelo momento passado e não vê daqui há dez anos Barra Mansa continuar existindo como cidade se não forem tomadas decisões.
“Temos uma projeção que em 2034 a soma de inativos e ativos, só na folha de pagamento, vai corresponder a 112% do orçamento bruto da cidade. Eu não criei este problema, não fiz nenhuma ação que gerasse ônus para nossa folha, pelo contrário. Mas este problema existe. Talvez, com muita sorte, eu consiga encerrar meu mandato com as contas pagas”, adiantou Drable.
E sobre a folha de pagamento da prefeitura, o secretário de Finanças, Leonardo Ramos, detalhou que houve um crescimento em 643% em 20 anos, passando de R$ 30 milhões em 2000 para R$ 223 milhões em 2020. “Hoje, temos 270 cargos por nomeação em Barra Mansa, o que corresponde a 0,15% da população. Se compararmos esse número com o de outros municípios, veremos a responsabilidade que temos, pois cidades vizinhas alcançam a porcentagem de até 2,2%”, pontuou Leonardo, citando ainda os valores gastos com os cargos na cidade que são inferiores se comparados aos de outros municípios.
O Orçamento de 2021 é composto de algumas rubricas (verbas específicas), recursos próprios (taxas como ISS e IPTU), Fundo de Previdência, royalties, entre outros. “Nossos recursos próprios já nascem deficitários. Não conseguimos pagar. Hoje, a folha representa 82% do nosso custeio. Daqui a pouco ultrapassa os 100%. Como faremos para cumprir a meta que é a Lei de Responsabilidade Fiscal, cumprindo 25% de investimento em Educação e 15% em Saúde?”, questionou Leonardo.
Os precatórios existentes também são outro problema apontado. O secretário informou que Barra Mansa tem R$ 132,3 milhões em dívidas de precatórios, incluindo dívidas com as OSs, quase nada foi pago em 2016. Ele citou o trabalho realizado de negociação no Tribunal de Justiça feito pelo atual governo, o que não acontecia na última gestão. De acordo com Leonardo, a previsão é que sejam pagos no próximo ano R$ 11,4 milhões desse valor.
Comporão o Conselho de Gestão Estratégica Financeira 51 pessoas, que estão sendo indicadas por secretarias e entidades. Após posse, novos encontros serão realizados para debater medidas e soluções a serem tomadas.
Também participaram do encontro o presidente da câmara, Luiz Furlani, a vice-prefeita, Fátima Lima, o deputado estadual Marcelo Cabeleireiro, o controlador-geral do município, Rodrigo Amorim, e os secretários municipais Marcus Barros (Educação) e Eros dos Santos (Planejamento Urbano).
