Sassaricando – Oscar Nora – 18 de novembro de 2022

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Foto: Internet

Jules Rimet, em paz desde 16 de outubro de 1956 no sepulcrário de Suresnes, França, deve estar incomodado com essa edição da Copa do Mundo no Qatar. Quem também deve estar chateado é o “seu Jorge”, brasileiro mais rico do país, dono da maior cervejaria do mundo.
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Ao organizar a primeira Copa do Mundo de futebol da história, o propósito de Jules Rimet – um cinquentão bem-sucedido nos negócios – foi potencializar através do futebol, esporte que já despertava grande interesse em competições olímpicas, sua inclinação política de combate às desigualdades sociais.
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Contudo, de 1930 para cá, a pureza do intuito de Rimet mudou muito. Ao caráter quase lúdico da competição de futebol, foram se agregando objetivos comerciais. Hoje em dia, a Fifa é quase um balcão de negócios com patrocínios milionários. Nesse cenário, “seu Jorge” não deve estar satisfeito com a Copa no Qatar.
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A realização da Copa do Mundo no Qatar, alterou os calendários das organizações do futebol no mundo inteiro e, entre as espantosas revelações que vão surgindo, uma delas é a crueldade nas relações trabalhistas, com os empregados na construção dos estádios.
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Submetidos a jornadas de trabalho entre 12 e 16 horas, alimentação e alojamento precários, sol inclemente, calor sufocante, mais de 4 mil operários morreram. Suas famílias, contudo, não foram indenizadas sob a absurda alegação de que as mortes ocorreram por causas naturais. Infelizmente, tudo isso parece ser insignificante diante do tsunami de fortunas que o evento irá produzir.
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Se a seleção brasileira for a campeã da Copa, receberá da Fifa o prêmio de 42 milhões de dólares americanos. A seleção colocada em segundo lugar ficará com 30 milhões e a terceira com 27 milhões. No total, 440 milhões de dólares serão divididos, de acordo com o desempenho de cada seleção na competição. Além disso, cada uma das 32 seleções receberá, como ajuda de custo, um valor extra de 1 milhão e meio de dólares.
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Com tanto dinheiro movendo o planeta futebol, nem é necessário adicionar nem catar qualquer outro argumento para explicar porque o Qatar é a sede da Copa do Mundo/2022. Quando ela terminar em dezembro, pertinho do Natal, papai noel terá deixado nos cofres da Fifa o lucro líquido de 9 bilhões de reais.
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