Retomada da construção de Angra 3 entre os temas discutidos no Seminário Internacional de Energia Nuclear

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RIO/ANGRA
O 13º Seminário Internacional de Energia Nuclear (Sien) iniciou na terça-feira, dia 8, e terminou ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), na capital fluminense. Durante o evento, cujo tema foi “Tecnologia nuclear: amiga do clima, do homem e do planeta”, vários temas foram discutidos, entre eles a retomada da construção de Angra 3, as oportunidades de negócios no setor e as aplicações dessa tecnologia no meio ambiente, medicina, agricultura e indústria.
O Chefe da Assessoria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Expansão da Geração da Eletronuclear, Marcelo Gomes, integrou mesa-redonda sobre o tema “Angra 3 – o marco da retomada – modelo de contrato e novas oportunidades de negócio”. O especialista enumerou os benefícios de concluir a planta. De acordo com ele, Angra 3 é hoje o maior empreendimento de infraestrutura em desenvolvimento no Brasil. “A usina vai gerar energia de forma despachável, 24 horas por dia, o que traz uma segurança de suprimento grande quando fontes variáveis estão muito presentes no sistema. É preciso ter uma base firme para garantir sua estabilidade”, destacou.
Ainda de acordo com Gomes, Angra 3 é essencial para assegurar a continuidade do programa nuclear brasileiro e a manutenção do know-how do setor, além de trazer benefícios como criação de empregos e geração de impostos e renda para o Estado do Rio de Janeiro, sobretudo para Angra dos Reis e região.
REPRENTANTE DA ELETRONUCLEAR
A Eletronuclear, principal patrocinadora do evento, foi representada na abertura pelo seu presidente, Eduardo Grand Court. Ele destacou que a energia nuclear é uma alternativa limpa para o desenvolvimento do país. Ressaltou ainda que a fonte nuclear opera na base do sistema elétrico. Por isso, sua expansão se torna imperativa. “Quando falamos da economia de baixo carbono, não podemos descartar a energia nuclear. É de baixa emissão, gera energia firme e temos experiência comprovada com Angra 1 e 2, que servem de exemplo para outras usinas”, declarou.
Presente também no encontro, o engenheiro nuclear, ex-presidente da Eletronuclear e membro do Conselho de Administração da companhia, Leonam Guimarães, representou na abertura a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), controladora da operadora da central nuclear de Angra, da Itaipu Binacional e das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Declarou em seu discurso que a ENBPar tem um papel muito importante a desempenhar para tornar realidade as intenções do setor. O executivo também participou da palestra “Custo da energia nuclear x mudanças climáticas – por uma matriz colaborativa”.
Outro que também que marcou presença no evento foi Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Ele ressaltou que a energia nuclear tem papel estratégico na garantia da soberania energética do Brasil. “Estamos falando de uma política de Estado, capacidade científica e tecnológica, competência empresarial e uma soma de fatores que formam um ecossistema irreversível. Precisamos de previsibilidade e continuidade”, concluiu.

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