Profissionais alertam para o risco do consumo de vitaminas e suplementos alimentares por conta própria

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RESENDE
Na pandemia, o consumo de vitaminas e suplementos alimentares subiu no Brasil. Segundo o levantamento realizado, no fim de 2020, pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres, o consumo de suplementos alimentares aumentou 10% nos últimos cinco anos. Já um estudo feito pela ePharma revelou que, nos primeiros meses da pandemia, o consumo de vitamínicos cresceu aproximadamente 30% no Brasil.
O médico endocrinologista e docente do Idomed, Rogério Couras, explica que, tanto a reposição quanto a suplementação, devem ter supervisão para evitar má reposição ou intoxicação.
– É necessário procurar um especialista para receber orientações em relação à quando suplementar, qual a dose adequada e por quanto tempo a suplementação deve ser mantida, explica o médico endocrinologista.
Ainda durante a pandemia, muitas pessoas começaram a ingerir vitamina D para melhorar a imunidade. Para o professor do Idomed, não adianta a pessoa tomar a vitamina para melhorar a imunidade com os níveis normais.
– A reposição ou suplementação acontece quando há deficiência ou insuficiência de vitamina D, o que deve ser visto a partir de diagnósticos laboratoriais. Suplementar vitamina D em pessoas com níveis normais, além de não melhorar a imunidade, pode aumentar os riscos de intoxicação, afirma Couras.
O médico explica, ainda, que a suplementação ou reposição devem ser acompanhadas por meio de exames laboratoriais. A suplementação, por exemplo, é mais indicada entre os idosos com algum desgaste ósseo, osteopenia/osteoporose ou em atletas de ponta.
Se a pessoa tem sintomas como perda de apetite, náuseas e vômitos, seguidos de fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial e consome vitaminas e suplementos por conta própria, precisa verificar se não está com um quadro de intoxicação.
– Minha avó já dizia: ‘Tudo demais, é veneno!’. A reposição de vitaminas envolve um diagnóstico responsável, onde são levados em conta os resultados do exame físico, diagnóstico laboratorial e acompanhamento dos resultados da reposição, alerta o médico endocrinologista Rogério Couras.
De acordo com o médico e professor, o consumo excessivo de proteínas acidifica o sangue e aumenta as chances de perda de cálcio pela urina. “Isso antagoniza os efeitos da vitamina D nos rins e predispõe a formação de ‘pedras’ nos rins”, pontua.
Suplementação alimentar deve ter acompanhamento nutricional
O professor do curso de Nutrição da Estácio, o nutricionista Phelipe Aureswald do Amaral, explica que “só é necessário suplementação caso o consumo de nutrientes provenientes da alimentação for insuficiente ou tenha necessidade especial para esse consumo”.
– Necessidade especial pode ser, por exemplo, alguma doença crônica ou prática de atividades físicas que exijam um rendimento maior. Esse consumo, então, deve ser avaliado por um nutricionista, explica o professor.
Amaral afirma também que o consumo excessivo de nutrientes pode causar hipervitaminoses ou sobrecarga hepática ou renal, que podem ser causadas pelo consumo excessivo de proteínas.
Para quem é adepto de pré-treinos ou termogênicos, o professor da Estácio faz um alerta. “São altamente estimulantes e podem causar arritmia, taquicardia e hipertensão arterial. Infelizmente, é bem comum pessoas que já são hipertensas consumirem esses produtos por conta própria, o que faz aumentar, significativamente, o risco de um infarto ou AVC, por exemplo”, afirma Phelipe Aureswald do Amaral.
Antes de indicar suplementação, o nutricionista afirma que deve ser levado em consideração a história e consumo alimentar do paciente, os hábitos e a média de nutrientes que consome, além de solicitar os exames laboratoriais. “A gente avalia, também, a rotina de maneira geral, incluindo trabalho, treinos e vida social. No caso da suplementaç&atil de;o indiscriminada de proteínas, na maioria das vezes, nota-se o consumo errado e, consequentemente, o desperdício financeiro, visto que nem toda proteína consumida é convertida na síntese proteica”.

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