Prefeitura de Volta Redonda adere ao #PraCegoVer e amplia debate sobre inclusão

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Com o objetivo de incluir ainda mais os deficientes visuais nas ações do governo municipal, a prefeitura aderiu na manhã dessa terça-feira, dia 9, no auditório da Secretaria de Políticas para Mulheres, Idosos e Direitos Humanos (SMIDH) ao projeto #PraCegoVer. A ferramenta será usada nas postagens oficiais do poder público nas redes sociais.

O ‘Pra cego ver’ consiste na utilização de uma hashtag nas postagens, fazendo a audiodescrição da imagem divulgada, e transforma imagens em palavras, obedecendo a critérios de acessibilidade e respeitando as características do público alvo. Além de beneficiar pessoas com deficiência visual, também pode auxiliar pessoas com dislexia, deficiência intelectual ou com déficit de atenção.

Para o prefeito Samuca Silva, a administração municipal se preocupa em buscar alternativas para promover a acessibilidade de todos os segmentos da sociedade. “Qualquer iniciativa que traga mais acessibilidade e integração é bem-vinda. A utilização da hashtag, que é uma ferramenta inclusiva, possibilita nos comunicar melhor e integrar os deficientes visuais nas postagens feitas pelo governo”, comentou o prefeito.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Comunicação Social, Márcio Lemos, responsável em aderir ao projeto, esse é o primeiro passo para ampliar a inserção de deficientes na internet.  “Estamos sempre buscando ações que podem ser realizadas pelo poder público para gerar melhorias na qualidade de vida das pessoas. A nossa meta é fazer com que a Comunicação da prefeitura seja 100% acessível”, destacou o coordenador.

Atualmente, as pessoas com deficiência visual utilizam o Facebook com auxílio de programas leitores de tela capazes de transformar em voz o conteúdo dos sites. Com a hashtag #PraCegoVer, o deficiente visual consegue ouvir a descrição da imagem. A expressão é um trocadilho e tem função educativa e inclusiva, buscando impactar e iniciar um debate sobre a criação e implementação efetiva de mecanismos de inserção. A descrição, obviamente, não faz a pessoa cega enxergar, mas permite que aplicativos de audiodescrição façam a leitura das postagens e desperta, nos não deficientes, a atenção às dificuldades e necessidades dos deficientes.

Ainda, de acordo com Márcio Lemos, com o uso da hashtag, deficientes visuais ou pessoas com baixa visão conseguiram compreender o significado da imagem com o uso de software específico. “Esse é o primeiro passo, mas o objetivo é proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência visual e contribuir para que a rede social fique mais acolhedora e acessível para todos”, acrescentou Lemos.

Para a professora da Escola Municipal Especializada Dr. Hilton Rocha, que atende pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão), a iniciativa é mais uma ferramenta de inclusão. “Saber que em nossa cidade os governantes têm a preocupação de viabilizar a inclusão é muito bom. Acho que esse é um grande avanço, principalmente para as pessoas que perderam a visão na adolescência ou mais adiante”, opinou a professora.

Para a presidente da Cooperadores com Necessidades Especiais e Amigos (Coopenia), Wanubia de Carvalho, a iniciativa da prefeitura demonstra o interesse em adequar as políticas públicas para inclusão da população. “Essa hashtag favorece a construção mental de imagem do externo, e isso é muito importante para nós cegos. A ferramenta irá permitir a inclusão também no lazer. Não queremos apenas inclusão terapêutica, na saúde e educação. O lazer torna a nossa vida ativa”, concluiu.

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