Piloto diz em depoimento que criminosos estavam confusos durante sequestro

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RIO/SUL FLUMINENSE

O piloto Adonis Lopes, que também é policial civil, prestou depoimento na segunda-feira, dia 20, na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO). Ele, que foi vítima de sequestro durante um vôo de helicóptero que teve início em Angra dos Reis, domingo, dia 19, disse que os criminosos, que estavam armados com dois fuzis e uma pistola, estavam confusos. Eles queriam que Adonis os levasse até o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. “Eles nem sabiam como chegar”, disse a vítima.

O depoimento durou cerca de cinco horas e o piloto explicou que os bandidos pareciam não saber o que estavam fazendo, assim como não tinham a localização exata do complexo penitenciário, onde pretendiam resgatam um detento.

Ele relatou que eles chegaram a mostrar uma foto explicando para onde queriam ir, mas que como ele já não tinha intenção de ir até o local, não deu muita atenção. Adonis relatou ainda que desde o início estava desconfiado da ação e que após iniciar o vôo, os dois abriram uma mala mostrando as armas. Em seguida eles chegaram a retirar o fone de ouvido do piloto para evitar que ele tentasse contato com a equipe de comunicação da torre de controle.

A vítima também disse em depoimento que eles começaram a ditar as regras do voo e pediram que ele fosse mais rápido, questionando ainda quanto tempo levaria para chegar ao presídio. Nesse tempo, Adonis ficou tentando planejar de que forma conseguiria resolver a situação, mas confessou que achou que aquele seria o seu último voo.

Durante o trajeto o piloto relatou que ficou a todo momento tentando convencer os criminosos que não era uma boa ideia e que se chegassem até o presídio, seriam abatidos pelos policiais que fazem a segurança do local.

O caso ganhou repercussão após as imagens onde helicóptero aparece sobrevoando o 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que fica ao lado do presídio, serem divulgadas nas redes sociais. A aeronave quase caiu no local, pois naquele momento os criminosos atacaram Adonis ao perceberem onde estavam sobrevoando. Para evitar a queda, eles acabaram com a briga e pediram que a vítima os deixassem em um local mais seguro.

O helicóptero pousou no Grupamento de Aeromóvel da Polícia Militar, de Niterói, e os bandidos fugiram por uma área de mata. Eles ainda não foram localizados.

O fato segue sob investigação e a polícia também vai ouvir o piloto que inicialmente pegou a viagem, mas que acabou trocando com Adonis justificando não que não estava se sentindo bem.

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