PF cumpre mandado contra Albertassi, Paulo Melo, filho de Picciani e empresários

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A Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR-2), em parceria com a Polícia Federal (PF), deflagrou manhã a operação “Cadeia Velha”, com o objetivo de desfazer esquema de propina destinada a comprar decisões sobre transporte público na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Felipe Picciani, filho do presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani e também gerente da Agrobilara – a empresa que conduz os negócios da família – é um dos principais alvos da ação. Mandados de busca e apreensão serão cumpridos nos gabinetes da presidência da Alerj e de Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi. Os procuradores também vão pedir a prisão dos parlamentares. Esta é a maior ofensiva contra a corrupção no Rio de Janeiro desde a prisão do ex-governador Sérgio Cabral. Todos os envolvidos são peemedebistas.

Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi só não serão presos neste momento porque a Constituição estadual, no Artigo 120, estabelece como única possibilidade de prisão provisória o flagrante de crime inafiançável, à exceção de casos com licença prévia da Alerj. Mas as três prisões não estão descartadas. No mesmo instante em que operação ocorre, os procuradores regionais da República responsáveis vão pedir ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), fórum competente para o caso, que considere flagrantes os crimes atribuídos a Picciani, Melo e Albertassi.

Os mandados de prisão se estendem ainda a Jorge Luiz Ribeiro, braço direito do presidente da Alerj; Andréia Cardoso do Nascimento, chefe de gabinete do deputado Paulo Melo; e do irmão dela, Fábio, também assessor de Melo. E também contra empresários ligados a Fetranspor, Lélis Teixeira, José Carlos Lavouras e Jacob Barata.

PROPINA

Deputados estaduais, empresários e intermediários são acusados de manter uma caixinha de propina destinada à compra de decisões na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para o setor de transportes. O esquema, concluíram os investigadores, teria começado nos anos 1990, por Cabral, e hoje seria comandado pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani, por seu antecessor, deputado Paulo Melo, e pelo líder do governo Edson Albertassi, caciques do PMDB fluminense.

CADEIA VELHA

Presídio erguido no século XVII no local onde fica a sede da Alerj, era chamado oficialmente de Cadeia da Relação ou Casa da Relação. No Brasil Colonial, recebia presos políticos e quem mais infringisse as leis da Coroa Portuguesa. O prédio foi usado ainda como o antigo Tribunal da Relação, alojamento para a criadagem da Casa Real e foi cenário da prisão de Tiradentes e outros inconfidentes. Após 1822, a Cadeia Velha abrigou a Assembleia Geral Constituinte brasileira e, em maio de 1826, abrigou o primeiro Congresso Legislativo do país.

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