Pai de menina morta por espancamento fala que sentimento é de ódio e muita revolta

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SUL FLUMINENSE

“Meu sentimento é de muito ódio e de revolta. Ela poderia ter deixado a minha filha comigo, assim como chegou a ficar. Não acreditei quando fui informado que a minha filha estava internada correndo risco de morte após ter sido covardemente agredida”. O relato foi dado com exclusividade ao A VOZ DA CIDADE pelo pai da menina de seis anos que morreu hoje em um hospital particular de Resende. Ele deu entrada na unidade após ter sido agredida no último final de semana dentro da própria casa em Porto Real. As suspeitas são a mãe e a madrasta, que já estão presas. Elas teriam começado as agressões, segundo as investigações, após a criança ter derrubado um copo de leite.

O pai da menina explicou que foi casado por seis anos com a mulher e que há nove meses estão separados. Ele mora em Japeri, no Rio de Janeiro, onde a suspeita do crime também morava com a criança. Logo que se separaram, a menina chegou a morar com a avó paterna, mas a mãe, que possui deficiência física em um lado do corpo (tendo inclusive uma perna menor do que a outra), saiu da cidade e pediu para levar a filha dizendo que iria em Porto Real resolver questões de sua aposentadoria. “Mas ela sumiu por um tempo. Cancelou as redes sociais e não tinha celular”, disse o pai.

Questionado pelo A VOZ DA CIIDADE se ele não desconfiou do desaparecimento, ele explicou que a ex-mulher era uma boa mãe, que sempre foi atenciosa e que nunca lhe passou pela cabeça que isso pudesse acontecer. “Não acreditei quando me ligaram. Vim correndo para Resende e vi a minha filha. Continuei a acompanhando até receber uma ligação hoje sendo comunicado sobre o seu óbito”, comentou.

ENTERRO

Será enterrado às 14h30min no Cemitério Municipal de Engenheiro Pedreira, em Japeri, amanhã, o corpo da criança. O velório será a partir de 13h30min. “O pai da criança já se encontra no Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo e em seguida irá para Porto Real registrar o óbito em cartório, que vai funcionar em horário especial para atendê-lo”, disse ao A VOZ DA CIDADE a assessoria de Porto Real, completando: “As despesas com o hospital particular e funerária serão custeadas pela prefeitura”.

A menina foi agredida no bairro Jardim das Acácias e havia apresentando piora nos últimos dias. Ela estava internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil de um hospital particular de Resende. Em nota, foi informado que: “A menina foi transferida no dia 20 do Hospital São Francisco de Assis (Porto Real) com quadro de politraumatismo e TCE. Deu entrada em coma arreflexo, entubada, apresentando múltiplas lesões corporais agudas e cônicas. Mantido medidas de neuroproteção,suporte ventilatório, no entanto, nas últimas 24 horas, evoluiu com deterioração das funções vitais, apresentando hipotermia, hipotensão arterial, diminuição do débito urinário e alteração laboratorial. Na madrugada, evoluiu para parada cardiorespiratória, não respondendo as manobras de reanimação, sendo constatado o óbito às 3h30mim”, disse o laudo do hospital encaminhado pela prefeitura.

O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal  do Alto dos Passos, em Resende.

O A VOZ DA CIDADE fez contato com a Polícia Civil de Porto Real, responsável pelas investigações do crime, para saber se com a morte da criança, se agrava a situação das envolvidas, mas não teve retorno até o momento.

Nossa equipe continua acompanhando o caso e trará mais informações a qualquer momento.

SUSPEITAS

As suspeitas da violenta agressão descoberta na segunda-feira, 19, são Brena Luane Barbosa Nunes, 25 anos e sua companheira, Gilmara Oliveira de Farias, 28 anos, mãe da menina, que já confessaram o crime para a Polícia Civil. Elas tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva durante audiência de custódia.

A dupla foi encaminhada nesta sexta-feira, dia 23, para o Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na zona Oeste do Rio de Janeiro. Como o jornal informou, o juiz em sua decisão mudando para preventiva a prisão destacou que a lesão cerebral da menina era inoperável e ela corria o risco, se sobrevisse, de viver em estado vegetativo.

RELEMBRE O CASO

Na tarde de segunda-feira, o delegado titular da 100ª DP, Marcelo Nunes Ribeiro, autuou em flagrante Brena e Gilmara, que teriam confessado ter agredido a criança com um pedaço de fio de antena de TV a cabo, socos, pontapés, pisadas, pedaço de pau, além de ser arremessada contra a parede e lançada de um barranco de sete metros de altura. As mulheres estariam agredindo a criança desde sexta-feira, dia 16.

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