Número de pedintes cresce nas ruas de Barra Mansa

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Basta ir às ruas para facilmente encontrar pessoas pedindo esmolas, principalmente nesta época de fim de ano. A área central da cidade é um dos locais favoritos dos pedintes. Eles ficam nas portas de farmácias, lojas, padarias e bancos pedindo desde dinheiro até medicamentos.

Segundo a coordenadora do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), a psicóloga Edilene Moreira, a estimativa é que neste período haja um aumento de 40% dessa população de rua. “Muitas dessas pessoas não são nem da cidade. São de Itatiaia, Barra do Piraí e até de outros estados, até por estarmos no eixo Rio-São Paulo, com a Via Dutra. Elas chegam a Barra Mansa porque o povo da cidade é muito acolhedor, costuma ajudar mesmo, mas a nossa orientação é não dar esmola. Tem algumas mulheres, por exemplo, que levam os filhos e ficam vendendo panos de prato, pedem uma ajuda. Então quando flagrar uma situação dessas o ideal é dar atenção, respeitar, mas ligar para a nossa rede de apoio, um trabalho que conta com a participação do Conselho Tutelar, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH)”, orientou Edilene.

A coordenadora do Centro Pop explicou que o perfil dos moradores de rua tem mudado. O desemprego tem sido um fator que está fazendo com que as pessoas passem a ficar nas ruas. “Normalmente esses moradores de rua têm problemas com drogas, álcool e até conflitos familiares, mas com essa crise em que o país está mergulhado, notamos que houve um aumento em relação ao desemprego. Muitas pessoas estão indo para as ruas por não ter emprego, às vezes possuem até nível superior”, revelou a psicóloga.

Edilene contou que diferente da população de rua atendida diariamente pelo Centro Pop, os pedintes de fim de ano costumam migrar de cidade em cidade e são muito arredios às abordagens feitas pela equipe. “Eles ficam muito assustados, alguns chegam a sair correndo”, comentou.

Dados do Centro Pop apontam que, de segunda a sexta-feira, 40 pessoas são atendidas diariamente na unidade que fica na Alameda Vanazzi, nº 450, no bairro Ano Bom. O local oferece diversos tipos de atendimento à população em situação de rua, como encaminhamento para emissão de documentos e para inserção no mercado de trabalho; oficinas e grupos de convivência, além de servir refeições para a população em situação de rua e disponibilizar banheiros para higiene pessoal.

A coordenadora explicou ainda que hoje o Centro Pop trabalha em conjunto com três abrigos da cidade: o Serviço de Obras Sociais (SOS), na Boa Sorte; o Lar de Jesus, que fica no bairro Jardim Boa Vista; e o Lar de Maria, um abrigo feminino situado no Roberto Silveira. O telefone do Centro Pop é o (24) 3324-1486.

campanha para evitar esmolas

A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos promove frequentemente a campanha “Não dê esmolas”. Funcionários do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), Centro Pop e Conselho Tutelar do município vão às ruas, passando por lojas fazendo panfletagem com orientações para que a população barra-mansense evite dar esmolas. A secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, a Rutinha, destacou que o objetivo é fazer com que a população entenda que dar dinheiro a esses moradores não é uma ação positiva, pois incentiva a permanência deles nas ruas. “Fazemos essa campanha frequentemente. A população tem que entender que dar dinheiro a essa população só faz com que eles não busquem meios de sair da rua. Temos o Centro Pop que está preparado para atender essas pessoas, com alimentação, orientação e atendimento técnico adequado”, afirmou Rutinha.

A criação de um abrigo municipal está em processo de estudo. A expectativa é que o local atenda aproximadamente 50 pessoas por dia.

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