BRASIL
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quinta-feira, dia 2, o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. Para saber mais sobre a importância da imunização contra a doença, o A VOZ DA CIDADE conversou com o médico de Barra Mansa, Gilmar Zonzin.
Este é o primeiro imunizante liberado no Brasil para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue, mas ele também poderá ser aplicado em quem já teve a doença. A nova vacina, composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença, poderá ser aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. “Chamamos essa vacina de quadrivalente, pois existem quatro subtipos de vírus da dengue. Esse tipo de vacina aumenta a nossa resistência imunológica contra os quatro subtipos de vírus da doença que temos no nosso meio. Então mesmo quem já teve dengue é importante tomar o imunizante. Esse tipo de proteção não pode ser menosprezada. Vacina é vida, vacina previne morte. Vacina previne sofrimento”, explicou o médico.
Antes da Qdenga, a única vacina contra a dengue que havia disponível no país era a Dengvaxia, recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus.
Mortes no Brasil
De acordo com os dados divulgados pelo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2022 o Brasil registrou 1.016 mortes por dengue, algo nunca visto desde a década de 1980, quando a doença “ressurgiu” no país e começou a ser mais frequente, com ciclos de maior e menor intensidade. “A dengue é uma doença extremamente cruel. Primeiro que quando ela assume a sua forma mais típica, ela se associa a grande queda do estado geral, muita febre, muita dor no corpo, dor de cabeça, é uma doença que agride, que traz muito sofrimento que dura um período de tempo consideravelmente prolongado e mais do que isso, ela pode assumir a forma hemorrágica que tem altos índices de letalidade. A dengue é uma doença que as pessoas precisam ter em mente, que não pode ser negligenciada de forma alguma”, disse.
Agora com a aprovação da Anvisa, a nova vacina já pode ser comercializada no Brasil na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS), caso o Ministério da Saúde decida pela sua incorporação. Mas o médico reforça que enquanto a vacina não é distribuída as medidas de prevenção precisam ser mantidas. “Apesar do surgimento da vacina os cuidados não podem ser deixados para trás. O Aedes aegypti não é só vetor pra dengue, mas é vetor pra zika e para chikungunya. A água parada seja em casa, em terrenos baldios, em locais abandonados, seja lá como for, tem que ser evitada. As pessoas precisam tomar esse e outros cuidado porque essas atitudes salva vidas e diminuem o sofrimento”, falou
Como se prevenir contra doença
Para te ajudar a se proteger contra o mosquito, o A VOZ DA CIDADE separou algumas dicas: utilize repelente; cubra a maior parte do corpo, quando possível; elimine focos de água parada; coloque telas em janelas e portas e aplique inseticidas e larvicidas.
Denúncias
As denúncias sobre residências e terrenos que apresentem condições favoráveis ao desenvolvimento do mosquito podem ser feitas à Vigilância Ambiental pelo telefone: (24) 3512-0722.
