Médico de Barra Mansa afirma que vermífugo tem dado resultado positivo no tratamento da Covid-19

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BARRA MANSA

Foi noticiado nacionalmente que um grupo de 250 pessoas foram submetidas a um tratamento alternativo precoce com resultados positivos para Covid-19. O grupo foi medicado como um remédio com o princípio ativo nitazoxanida, que não tem prescrição em bula para o coronavírus. Em Barra Mansa, o clínico, pneumologista e especialista em medicina de tráfego, Francis Bullos, falou ao A VOZ DA CIDADE sobre o uso desse medicamento, que é um vermífugo. Ele ressaltou que seus pacientes têm apresentado um quadro positivo com a medicação, tanto em forma de prevenção, quanto nos infectados. Segundo o especialista, ele trabalha com a nitazoxanida há dois anos para tratamentos gripais e com a ascensão da pandemia, passou a observar o uso deste medicamento associado a azitromicina.

Segundo Bullos, a nitazoxanida combate todos os tipos verminoses e os vírus que atacam o intestino. “Comecei a observar que em pessoas que utilizavam o remédio para combater situações de verminoses e estavam gripadas, a cura foi rápida.  Ao perceber isso, fiz o aumento da utilização deste medicamento”, disse, acrescentando que a azitromicina combate a bactérias. “No momento em que você tem a penetração do vírus no sistema respiratório, as defesas pulmonares caem e o pulmão fica sujeito às infecções bacterianas”, detalhou.

O pneumologista destacou que ao voltar da Europa em fevereiro de 2020, pediu informações ao laboratório que fabrica o nitazoxanida e eles enviaram o relatório detalhado. “Vi que no ano de 2016, esse medicamento foi usado na Arábia Saudita para tratar a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), doença que foi provocada por uma variante dos coronavírus (MERS-CoV) e o sucesso com o remédio foi muito grande. Mas esse coronavírus não era tão agressivo quanto a Covid-19”, contou.

SOBRE O TRATAMENTO

Bullos relatou que com o tratamento, nenhum dos pacientes chegou a ser internado. “Eu tive um paciente com uma situação de quase internação no Rio de Janeiro. Ele tem 59 anos, é hipertenso e diabético. Com a Covid-19, ele começou a ter uma crise respiratória intensa e a família tentou internação na UTI e não conseguiu, mas conseguimos que ele levasse o oxigênio para casa. Então entrei com a nitazoxanida e azitromicina. Atualmente ele está bem e já voltou a trabalhar”, destacou.

De acordo com o especialista, a nitazoxanida impede que o vírus se multiplique dentro do organismo, porque atua em uma enzima, fazendo com que ela não seja mais o agente catalisador da replicação viral. “O uso pode ser feito de forma preventiva, pois funciona como, por exemplo, uma vacina. Quando ele penetra no organismo, ele impede a multiplicação e não há uma infecção massiva, que leve o paciente ao CTI. Nós estamos conseguindo dar um freio nesse avanço”, disse, acrescentando que atualmente possui um contingente de 88 pessoas utilizando o medicamento.

COM PRESCRIÇÃO MÉDICA

A nitazoxanida precisa de receita controlada da cor branca.  Francis Bullos alertou que é importante que o paciente tenha um acompanhamento médico para utilizar o medicamento. Ele ainda explicou a nitazoxanida pode ter uma reação individualizada (efeito colateral), em pacientes que possuem alergia ao medicamento. Outras reações adversas comuns é o que está prescrito na bula. “Já vem especificado que o remédio pode causar dor de cabeça, dor de barriga e enjoo. Quando tomei, eu senti dor de cabeça no início, mas depois passou. Contudo, não são todos que apresentam esses sintomas”, finalizou

Ministro anuncia novos testes com Nitazoxanida

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou nesta terça-feira, dia 9, que a pasta iniciou uma nova fase testes com a nitazoxanida, em pacientes infectados pela Covid-19.  Segundo Pontes, estes testes são importantes para medir a evolução do vírus no organismo.

O vermífugo começou a ser testado em fevereiro, junto de mais de duas mil substâncias, e ficou entre as cinco mais promissoras verificadas por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias (CNPEM).

Segundo Pontes, os testes laboratoriais in vitro apresentaram resultados positivos, inibindo até 94% da carga viral do coronavírus. O ministro explicou que a vantagem da nitazoxanida é que não causa reações adversas, mas ressalta que é preciso seguir os protocolos clínicos da pesquisa para confirmar a eficácia da substância.

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