Manifestantes que cometerem vandalismo em ato contra o pó preto serão multados em R$ 20 mil

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VOLTA REDONDA

Domingo, 23, está programado um ato na Praça Brasil, às 10 horas, contra a poluição da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa, em nota enviada à imprensa no final da tarde desta sexta-feira, destacou que ingressou na Justiça, apresentando provas de que um ‘grupo pequeno e isolado’ planejou ações de vandalismo na cidade. Em resposta, conseguiu decisão judicial que impede atos de vandalismo, obstrução de vias públicas, de vias de acesso à CSN, as propriedades de apoio, terceirizadas, subsidiárias, como também promover a depredação de patrimônio público e privado, arbitrando multa única e pessoal no valor de R$ 20 mil.

O Movimento Sul Fluminense, procurador pelo A VOZ DA CIDADE, através de um de seus organizadores, o ambientalista Sandro Alves, disse que o ato planejamento é democrático e popular e que não existe organização para ações de vandalismo. Destacou que a intenção da siderúrgica é desmobilizar o evento, mas isso não acontecerá.

A CSN em nota destacou que corrobora com o entendimento de que é livre a manifestação, porém, em mídias sociais levantou que um grupo pequeno estaria planejando ações como o bloqueio das portarias de acesso à UPV, bem como o despejo de resíduos na entrada do escritório central da CSN. “Desnecessário destacar que tais ações pretendidas não representam o pensamento da comunidade e de todos aqueles que querem se manifestar pacificamente. Trata-se de minoria radical que incita os demais à prática de atos ilegais e de verdadeiro vandalismo”, disse um trecho da nota.

Diante disso, a empresa ingressou com uma ação de interdito proibitório, processo sob o n.º 0810662-78.2023.8.19.0066, que tramita na 6ª Vara Cível da Comarca de Volta Redonda. “Após receber a referida ação, a Justiça entendeu que ‘as provas trazidas com a inicial demonstram que a intenção de parte dos manifestantes vai muito além do que a Constituição República permite aos seus cidadãos’”, afirma a nota, completando que foram apresentadas demonstrações evidentes do planejamento desses atos de vandalismo.

O dinheiro da multa estipulada pela Justiça, segundo a nota da CSN, seria bloqueado na conta corrente do infrator, tão logo ele seja identificado.  “Derradeiramente, a CSN reitera seu irrestrito compromisso com o estado democrático de direito, em especial no que diz respeito ao direito à livre manifestação”, finaliza a nota.

DAVI CONTRA GOLIAS

Os integrantes do movimento sabem que a luta com a gigante CSN só será grande para se igualar a ela com a ajuda da população. “Assim conseguiremos crescer e aí esse Davi assume uma força tão grande contra o Golias”, aponta Sandro Alves. O ambientalista diz que a CSN pescou pequenas informações de pessoas que queriam ir para o ato de vandalismo, mas a praticamente a totalidade dos participantes do ato estão querendo a democracia. Para ele, foi clara a intenção de desmobilizar o movimento que preza pelo coletivo e protesto pacífico.

Segundo ele, o movimento surgiu em agosto do ano passado quando foi realizada uma audiência pública na Câmara de Volta Redonda. “Foi ali proposto a criação do movimento, que transcende Volta Redonda e não só a poluição causada pela CSN, mas obviamente ela sendo a maior indústria da América Latina será a poluidora maior. Esse será o primeiro grande ato após a criação do movimento, considerando o agravamento da poluição da CSN que salta aos olhos de qualquer morador 24 horas por dia”, destacou Sandro, lembrando que do movimento fazem parte diversos grupos, como acadêmicos, pesquisadores, líderes comunitários, sindicalistas, estudantes, representantes de pastorais da igreja.

Para o ambientalista, o objetivo claro do movimento é um: que sejam feitas medidas definitivas e não as paliativas anunciadas pela CSN. “Somente com o cumprimento do TAC e com investimento na modernização dos equipamentos que isso acontecerá, não é apenas molhar com polímero o pó, isso apenas maquia o problema”, aponta.

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