Mais dois casos de violência doméstica são registrados na região e delegada ressalta importância em denunciar

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SUL FLUMINENSE
Mais dois casos de violência doméstica estão sendo investigados pela Polícia Civil da região: em Barra Mansa e Rio Claro. A delegada da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Angra dos Reis, Carla Ferrão, conversou com o A VOZ DA CIDADE sobre os episódios e ressaltou a importância da vítima informar as autoridades sobre os fatos antes que o pior aconteça. São seis casos na região nos últimos cinco dias.
Nesta quinta-feira, dia 25, uma mulher de 39 anos, denunciou o namorado, de 34, de agressão. Ele foi encontrado pela equipe do 28º Batalhão de Polícia Militar (BPM) no bairro Ano Bom, em Barra Mansa. Quando a PM chegou na casa da vítima, encontrou o suspeito deixando o imóvel. Ele disse que já estava indo embora e negou ter agredido a namorada.
Os dois foram encaminhados para a 90ª Delegacia de Polícia (DP), onde foram ouvidos. A Polícia Civil não informou se ele ficou preso.
Em Rio Claro, um homem de 28 anos foi detido na quarta-feira, dia 24, também suspeito de violência doméstica. A vítima, de 21 anos, o denunciou por agressão e por ter ateado fogo em sua residência.
A equipe da 4ª Cia. do 28º Batalhão de Polícia Militar (BPM) esteve na casa dos envolvidos, em Lídice, ouvindo o relato da mulher. Já o homem disse aos policiais que a companheira também o agrediu.
Os dois foram encaminhados para a 168º Delegacia de Polícia (DP) onde prestaram depoimento. O casal foi autuado por lesão corporal, artigo 129, e o homem ficou preso.
TEM QUE DENUNCIAR
No Sul Fluminense, foram seis denuncias de violência contra mulher em cinco dias. Quatro delas em Barra Mansa, uma em Rio Claro e uma em Vassouras. As agressões envolveram facas, barras de ferro, ataque com cofre de metal na cabeça e até cárcere privado de uma mulher de 25 anos, grávida de 36 semanas. Somente em um dos casos o autor da agressão não ficou preso porque a vítima não quis registrar contra ele; mas pediu medida protetiva.
A delegada da Deam de Angra dos Reis lembrou que é importante a vítima não se omitir, tendo em vista que é muito comum que a violência doméstica não seja um fato pontual. “Ela às vezes acredita que isso não vai se repetir, ou por medo, vergonha, por inúmeros motivos, e deixa de denunciar o agressor. Mas esse é o ciclo da violência doméstica. O homem pede desculpas, passa uma fase meio que ‘tudo bem’ e novamente volta a acontecer”, disse.
Carla apontou que normalmente as agressões se tornam cada vez mais intensas. “A vítima, quando não denuncia, fica sujeita que esse ciclo se perpetue e que essas agressões piorem cada vez mais. E pode culminar ao ápice disso, que é o feminicídio. É a subtração da vida dessa vítima”, lembrou a delegada, reforçando que é muito grave onde isso pode chegar e é importante que de imediato, na primeira violência, mesmo não sendo física, que se relate. “Pode começar com uma ameaça, injúria. Isso já configura violência doméstica. Então para que não se configure para algo mais grave, é preciso tomar uma atitude que evite a chegar no pior”, disse.
A delegada conta que é muito comum na Deam, quando a vítima se empodera para denunciar, que ela já tenha passado por outras situações e que por medo não informou antes. “O comum para elas às vezes é chegar a um nível mais grave para procurar ajuda. Mas o risco disso, repito, é realmente culminar no feminicídio”, citou, lembrando que a mulher deve procurar uma Deam no seu município ou a própria Polícia Civil, caso na cidade não tenha uma delegacia especializada a esse tipo de atendimento, ou ligar para o telefone 180.

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