Jovem se torna primeira pessoa com síndrome de Down a se graduar no estado

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BARRA MANSA

A noite de terça-feira, 22, foi marcada por grandes momentos para os formandos do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM). Em especial para Flávia Carvalho, que tem síndrome de Down, que se formou em Pedagogia. Com essa conquista, Flávia se torna a primeira pessoa com down a se graduar em todo o estado do Rio de Janeiro. Outra conquista da noite foi a de Maicon César Damasceno, que é deficiente visual. Ambos são formados que foram assistidos pelo Núcleo de Acessibilidade da instituição.

Edmea Carvalho, coordenadora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Quatis e mãe da pedagoga Flávia, relata que o acesso da filha ao Ensino Superior foi um desafio. “Com a criação de uma lei que garantia o acesso da pessoa com deficiência, o suporte que recebemos do Núcleo de Acessibilidade, criado no UBM, foi fundamental para a formação dela”, ressaltou, completando que para a filha, concluir o Ensino Superior é uma grande felicidade e uma conquista imensa para o cenário da educação inclusiva.

Flávia, que pretende trabalhar com educação infantil e se especializar em Educação Especial para atuar dentro da Apae, conta que se inspira na mãe, que também é licenciada. “Não foi fácil, mas consegui ir até o final, sempre batalhando, pois todos meus professores, colegas e o Núcleo me ajudaram e apoiaram. Todos eles me ajudaram demais e, também por isso, eu nunca desisti. Quero seguir com os estudos e tudo que a minha mãe viveu, também quero viver”, disse.

Além da conquista da graduação, a jovem também recebeu um convite para um curso de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF), após se apresentar em um evento na instituição no ano passado.

NOITE DE EMOÇÕES

Além de Flávia, o pedagogo Maicon César Damasceno, também foi um dos formandos da noite e só tem motivos para comemorar. Ele destaca que a educação inclusiva é necessária e urgente nas instituições. “Todo apoio, estrutura pedagógica e material que a instituição me ofereceu me possibilitaram estar aqui hoje. A educação inclusiva ainda é muito embrionária, mas dentro da universidade, a existência de um Núcleo de Acessibilidade, que atende e inclui estudantes com várias necessidades, é um passo muito grande. Quero continuar meus estudos para poder levar para outras pessoas o que eu conquistei durante a faculdade”, afirma, ressaltando que deseja se especializar em Psicopedagogia.

Segundo Márcia Alves, coordenadora do Núcleo de Acessibilidade, a criação deste setor, em 2016, serviu para formalizar um serviço que já era realizado pelo UBM desde 2005, quando a instituição recebeu a primeira aluna cega. “Desde então, trabalhamos para oferecer as mesmas oportunidades para os alunos deficientes produzindo materiais adaptados e ajudando de acordo com suas necessidades educacionais. Cada aluno que consegue concluir seu curso é uma vitória para a instituição, uma missão cumprida e a nossa realização como educadores que acreditam na inclusão”, diz.

 

 

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