INB confirma investigação do desaparecimento de ampolas de urânio da Fábrica de Combustível Nuclear em Resende

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RESENDE

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) confirmou na noite de quarta-feira, dia 16, que comunicou ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR) e a Polícia Federal foram comunicados e abriu procedimento interno para investigar o desaparecimento de duas ampolas de urânio enriquecido da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), localizada no distrito de Engenheiro Passos, a cerca de 30 quilômetros do Centro da cidade.

As ampolas (testemunhas de um ciclindro) de urânio enriquecido seriam utilizadas na produção de elementos combustíveis na Usina de Angra 2. O material, procedente da Urenco (consórcio de empresas da Alemanha, Inglaterra e Holanda), estaria em uma sala comum e o desaparecimento teria sido notado no dia 17 de julho, quando foi dada falta dos ciclindros com as amostras.

Em nota enviada pela Assessoria de Imprensa, a Indústrias Nucleares do Brasil confirma que, após uma transferência interna entre áreas de armazenamento na Fábrica de Combustível Nuclear, realizada em

julho, foi detectada a ausência de dois tubos contendo amostras -testemunho de UF6 (hexafluoreto de urânio) enriquecido. Os recipientes contêm pequena quantidade do material utilizado na produção de combustível para Angra II. Com 8 cm de comprimento, cada

tubo possui massa de aproximadamente 8 gramas de UF6 enriquecido. A empresa ressalta que, “em relação aos riscos radiológicos, a liberação do conteúdo, caso ocorra, não acarreta danos à saúde de um indivíduo”.

O documento ainda explica que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi comunicada e acompanha as ações tomadas pela INB. “A empresa vem concentrando todos os seus esforços para a localização das amostras, com atuação das equipes de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares, Proteção Física, Proteção Radiológica e Operação e Manutenção da Planta Química. As buscas foram iniciadas assim que foi detectada a ausência dos tubos, sendo realizadas no interior das áreas supervisionadas e controladas, escritórios e, principalmente, no trajeto percorrido para transferência dos recipientes, além de outras áreas da unidade”, comunica a empresa.

“Como os dois tubos não foram localizados no interior da Fábrica de Combustível Nuclear, a INB informou o evento ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR) e à Polícia Federal. A empresa abriu um processo administrativo e busca identificar melhorias para que eventos

como este não voltem a ocorrer”, complementa.

AMOSTRAS

Cada cilindro de urânio enriquecido utilizado na produção dos elementos combustíveis para as recargas das usinas de Angra tem armazenada uma amostra, denominada amostra testemunho. Esta amostra passa a integrar o inventário físico de material nuclear, verificado durante inspeções das agências internacionais. Entre elas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC).

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