BARRA MANSA
O idoso de 85 anos e seu filho, de 51 anos, que comoveram toda a região no final da última semana após denúncia de maus tratos em Barra Mansa, receberam alta médica e já estão sob os cuidados de um parente. A confirmação foi feita pela prefeitura ao A VOZ DA CIDADE, hoje, que disse que continua acompanhando o caso e que algumas melhorias estão sendo realizadas na residência dos dois para melhor atendê-los.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), informou que o idoso e seu filho, portador de deficiência mental, foram liberados pelos médicos da Santa Casa de Barra Mansa no dia 5 de outubro, por não apresentarem negligência na área médica. “Eles foram encaminhados para a casa da filha, situada ao lado do imóvel onde eles foram encontrados”, disse a prefeitura em nota.
A Secretaria de Assistência Social informou que a filha já era responsável pelos cuidados com o pai e o filho, paciente mental. “Na semana passada, ela teria alegado que o fato foi um contratempo ocorrido durante o período em que teria se ausentado de casa para ir até o supermercado”, completou a nota.
Ainda de acordo com o Creas, a responsável pelos cuidados foi orientada quanto ao Direito de Proteção, instituído pelo Estatuto do Idoso e sobre os cuidados necessários que deve ter com seu irmão, com problemas mentais.
Ainda segundo a prefeitura, uma pequena reforma já foi iniciada no imóvel visando deixar o local em melhores condições de moradia. “A reforma da casa está sendo realizada pela própria família, já que um dos filhos é pedreiro. Destaque para o beneficio que a família recebe do governo por conta da condição de saúde do idoso, que tem Alzheimer, e do seu filho”, esclareceu.
Segundo a coordenação do Creas, a família já foi orientada e está comprometida a cumprir com as premissas dos Estatutos do Idoso e do Deficiente. O caso foi comunicado ao Ministério Público. A coordenação do Creas também fez contato com a equipe do Nasf (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) que vai acompanhar os pacientes por meio do SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar).
O fato foi registrado na 90ª Delegacia de Polícia e ficou sob investigação do delegado titular, Ronaldo Aparecido, que estava ouvindo os seis filhos do senhor. Procurado pelo A VOZ DA CIDADE, ele não se manifestou sobre o assunto.
O CASO
Agentes da 2ª Cia. do 28° Batalhão da Polícia Militar resgataram os dois na quinta-feira, dia 4, vivendo em condições, segundo os PMs, desumanas, no bairro São Domingos. Eles tomaram conhecimento do fato e estiveram na Rua Duque Antonio de Paiva, localizando a residência em local insalubre, trancado e sem ventilação.
Em relato à 90ª DP, os policiais narraram que o portão estava amarrado com uma corda e após chamar sem ser atendidos, entraram na casa, sentindo forte cheiro de urina e fezes. “Logo avistamos o idoso, deitado na cama, com pedaços de pão jogado ao seu lado. O deficiente em pé, em outro cômodo, todo defecado e andando de um lado pro outro. Foi verificado que tinha fezes por toda residência, as vítimas sem alimentação ou água”, disse o policial, completando que nenhum alimento foi encontrado na casa a não ser o pão jogado no chão. Segundo os policiais, os vizinhos disseram que o fato é antigo.
