VOLTA REDONDA
A primeira captação de córnea desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, foi realizada pelo Hospital Municipal Dr. Munir Rafful (HMMR), Hospital do Retiro, no último domingo, dia 1º. O serviço foi promovido por técnicos do Banco de Olhos de Volta Redonda, responsável pela captação de tecido ocular em 34 cidades do Estado do Rio. O doador foi um homem de 67 anos, morador de Volta Redonda, vítima de infarto.
Segundo explicou a gerente de Enfermagem do Hospital do Retiro, Thais Masiero, a equipe da unidade passou por um treinamento junto aos profissionais do Banco de Olhos para garantir que todo o processo fosse realizado com total segurança. Disse ainda que a equipe está muito bem preparada e que foram instituídos protocolos para captação de órgãos. “No caso da doação de córneas é preciso que o doador tenha constatada a morte cerebral. A partir disso, o Banco de Olhos é comunicado e eles fazem a abordagem à família, já que são os familiares que autorizam ou não a doação”, declarou a gerente de Enfeermagem.
MATERIAL EXAMINADO E ARMAZENADO
O material é levado para o Banco de Olhos, onde é examinado, armazenado e ficando à disposição do Programa Estadual de Transplantes (PET). A última cirurgia para doação de córneas, antes de domingo, havia ocorrido no dia 31 de dezembro de 2019. A captação de órgãos havia sido suspensa parcialmente por conta da pandemia, mas voltou a ser feita após mudança nos critérios para a realização de cirurgias pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
A enfermeira lembrou que vítimas do novo coronavírus não podem ser doadoras de órgãos. Isso também se aplica àquelas pessoas que tenham se curado da doença há pelo menos 30 dias. Por esse motivo, os exames e testes estão cada vez mais rigorosos. “É tudo feito com a maior segurança para que o receptor tenha um órgão saudável. São exames, testes laboratoriais e o histórico de saúde do paciente são avaliados. Então as pessoas podem ficar tranqüilas”, comentou, citando que uma doação de córneas pode ajudar até quatro pessoas; onde são captadas as duas córneas e duas escleras, camada branca mais superficial do globo ocular composta por fibras de colágeno.
RECONHECIMENTO E AGRADECIMENTO
A filha do último doador fez um relato à Ouvidoria do Hospital do Retiro. Nele, a mulher agradeceu o atendimento que o pai recebeu na unidade de saúde, agradecendo a equipe. “Optamos por doar as córneas e tudo foi conduzido com muito carinho e respeito. Estamos de luto, mas tranquilos que ele recebeu o melhor atendimento e tratamento na véspera e dia de sua partida. A saudade fica, mas as lembranças acalmam. Deus sabe de todas as coisas e o tempo de meu querido pai se findou neste plano. Obrigada. Eu e minha família seremos eternamente gratos por tudo o que fizeram por nós”, dizia o relato.
A equipe do HMMR junto aos profissionais do Banco de Olhos responsáveis pela captação - DIVULGAÇÃO
