BARRA MANSA
A equipe da 90ª Delegacia de Polícia (DP) de Barra Mansa prendeu ontem, dia 9, na prefeitura, dois homens que se passavam por delegados. Segundo a Polícia Civil, eles queriam supostamente aplicar um golpe com tentativa de extorsão.
Segundo registro, eles chegaram na prefeitura identificando-se como agentes do Conselho Federal Parlamentar (Confep). Fizeram contato na recepção, estavam usando ternos pretos e usavam distintivos de policiais. Eles pediram para ver um pregão de uma contratação de uma Call Center e também uma licitação referente ao Ano Bom. A recepcionista chamou a equipe de Coordenação de Compras e Licitações e da Secretaria de Administração. “Eles alegavam que havia irregularidade, pois os pregões não estavam no site do Portal de Transparência. Entretanto, os funcionários da prefeitura mostraram aos dois que eles estavam sim”, disse o delegado Michel Floroschk.
Eles fizeram outros questionamentos e foram todos rebatidos, com provas, pelos funcionários, que passaram a desconfiar dos dois, que chegaram até pedir para tirar fotos dos documentos.
Ainda segundo registro, quando questionados, os homens disseram que eram do Ministério da Justiça, contratados por meio de cargos políticos. Falaram ainda que estavam ali para fiscalizar e que se encontrassem alguma irregularidade poderiam ‘compor’, dando a entender que aceitariam acordo mediante a pagamento.
A equipe da 90ª DP foi acionada e encontrou os dois em um veículo GM Captiva preto. Eles também se apresentaram aos policiais como delegados do Confep. Além das roupas características, semelhantes as usadas pela Polícia Federal, eles apresentaram documentos (carteira) do Conselho Federal Parlamentar.
Questionados, segundo a Polícia Civil, eles deram respostas sem muita convicção e não souberam explicar maiores informações sobre o referido órgão, nem sobre o motivo de terem pedido cópias do processo licitatório.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, no veículo deles foi encontrada uma pistola caída, sem identificação.
Os dois foram encaminhados para a delegacia, detidos, e estão à disposição da Justiça. Eles vão responder por falsa identidade, uso indevido do Brasão da República e invasão de domicilio, no caso a Prefeitura de Barra Mansa.
NOTA DA PREFEITURA
De acordo com o secretário de Administração, Gabriel Resende, os dois suspeitos apresentaram distintivos de delegados e indagaram os funcionários da coordenadoria sobre um possível pagamento de R$ 2 milhões a uma empresa que teria feito uma obra na cidade. Ele explica que o fato foi desmentido por uma servidora, visto que o referido serviço ainda não foi iniciado.
“Eles chegaram portando distintivos, com inscrição de delegado e brasão da República, e solicitaram quatro processos. Nós iniciamos uma conversa e informamos que os dados que eles estavam solicitando estavam disponíveis no Portal da Transparência. Eles insistiram e pediram para fotografar os documentos e nos entregaram um pen drive para que fosse passado a eles as informações digitalizadas. Todos podem ter acesso às ações que desempenhamos. O Portal da Transparência tem todas as informações, mas em caso de dúvidas sobre qualquer ato nós estamos disponíveis para esclarecer, não temos nada a esconder. Porém a atitude deles nos chamou a atenção”, disse Gabriel Resende.
Ainda segundo o secretário, além de afirmarem que havia irregularidades em processos, os homens citaram uma lei que não se encaixa em ações licitatórias. “Nós estranhamos muito a atitude deles, dizendo que queriam os documentos digitalizados para estudá-los e em caso de encontrar alguma inconsistência, abrir um processo. Já desconfiando da ação, o procurador-geral do município, Dr. César Catapreta, fez uma série de questionamentos sobre a função, cargo e a fiscalização no município, momento em que a dupla começou a se enrolar nas respostas, citando uma série de leis equivocadas”, explicou o secretário, que acionou a Polícia Civil.
