Antonio Guterres pede mobilização da comunidade internacional no Afeganistão

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NOVA IORQUE
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou em reunião de alto nível nesta segunda-feira, dia 13, sobre a situação no Afeganistão.
Após o evento, o chefe das Nações Unidas agradeceu o apoio financeiro internacional de quase 100 países e de outras 30 organizações.
De acordo com Guterres, foram prometidos mais de US$ 1 bilhão para ajuda humanitária. Ele realçou que a quantia “representa um grande compromisso da comunidade internacional e demonstra solidariedade para com o povo do Afeganistão”.
O chefe das Nações Unidas lembrou que, mesmo antes da incerteza causada após a tomada de posse pelo Talibã, os afegãos já vinham sofrendo o impacto de uma das piores crises do mundo.
Ajuda humanitária
Guterres avalia que quatro medidas fundamentais devem ser alcançadas para o gerenciamento da situação no país: financiamento, acesso à ajuda humanitária, garantia dos direitos de mulheres e meninas e meios de subsistência.
Em sua mensagem, o secretário-geral lembrou que metade do povo afegão está em situação de insegurança alimentar e acrescentou que esse número pode subir com a chegada do inverno.
Destacando as preocupações com o acesso ao auxílio, Guterres reiterou que os novos governantes do país garantiram cooperar com a passagem da assistência.
Guterres afirmou que todos os agentes precisam de um ambiente seguro, sem assédio, intimidação ou medo.
Ele contou que mecanismos robustos estão sendo estabelecidos para coordenar os esforços humanitários, baseados nos direitos humanos.
Direitos Humanos
O apelo pelo acesso à alimentação e aos cuidados de saúde essenciais é agravado com a preocupação da ameaça aos direitos das mulheres com o novo governo afegão.
Em reunião separada, em Genebra, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, destacou que a crise no Afeganistão vive uma nova e perigosa fase. Bachelet afirmou que muitos afegãos também estão profundamente preocupados com os seus direitos humanos, principalmente as mulheres, as comunidades étnicas e religiosas.
A alta comissária lembrou que houve relatos de uso de violência para reprimir manifestações pacíficas na última semana. Protestos não autorizados foram banidos e o acesso à internet cortado em áreas de Cabul.
Crianças
Ainda durante o evento, a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Fore fez um apelo ao cuidado com as 10 milhões de crianças que dependem de ajuda humanitária.
Pelo menos 1 milhão já sofrem de severa má nutrição e pode morrer sem acesso a tratamento.
Fore reforça que a situação tem se agravado com o aumento de crianças desacompanhadas.
Para ela, avanços conquistados nos últimos anos devem ser mantidos. A quantidade de escolhas triplicou desde 2002, alcançando mais de 10 milhões de crianças, incluindo 4 milhões de meninas.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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