COMENDADOR LEVY GASPARIAN
O ex-deputado federal Roberto Jefferson está preso no Presídio José Frederico Marques, também conhecido como cadeia de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, dia 24, o ex-parlamentar, que estava em prisão domiciliar e teve que retornar ao sistema penitenciário por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), foi indiciado por quatro tentativas de homicídios. Ele, que é ex-presidente do PTB, atirou contra agentes da Polícia Federal (PF) no domingo, dia 23, em Levy Gasparian, durante o cumprimento de um mandado de prisão.
A prisão foi determinada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por xingamentos de Jefferson contra a também Ministra do STF Cármen Lúcia. No sábado, dia 22, ele gravou um vídeo que circulou nas redes sociais com graves insultos e xingamentos contra Cármem Lúcia.
O ex-deputado resistiu à prisão, atirado contra os agentes. Segundo nota da PF, dois policiais foram atingidos por estilhaços de granada disparada pelo ex-parlamentar. Os feridos sem gravidade foram um delegado, que foi atingido na perna e cabeça, e uma policial ferida na cabeça. Ambos foram socorridos e levados para um hospital da região. Eles foram atendidos, medicados e liberados.
RESISTIU POR HORAS
O mandado de prisão só foi concluído à noite, depois de uma intensa negociação. Além do cumprimento do mandado do STF, a PF prendeu Jefferson em flagrante por tentativas de homicídios.
Antes de ser encaminhado à cadeia de Benfica, ele foi levado inicialmente à Superintendência da PF no Rio de Janeiro para a lavratura do auto de prisão em flagrante e outras formalidades referentes ao cumprimento do mandado de prisão. Já nesta segunda, em audiência de custódia, ele foi indiciado por quatro tentativas de homicídios, duas pelas pelos agentes feridos e as outras duas, pelos dois policiais que estavam no carro.
Ainda no domingo, um cinegrafista que participava da cobertura da prisão de Jeferson acabou ferido.
SINDICATO REPUDIA AGRESSÃO AO JORNALISTA
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro publicou uma nota em que repudia a agressão ao repórter cinematográfico Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da Rede Globo. Ele foi agredido por apoiadores de Bolsonaro e do ex-deputado Roberto Jefferson, nas proximidades da residência do político. Ele foi socorrido e atendido em um hospital da região onde se encontrava.
Na nota, o Sindicato destaca que tem denunciado assassinatos e dezenas de agressões a jornalistas no interior do Estado, destacando que esta agressão “é mais uma da série de violência que vem ocorrendo em todo país e que aumentou em mais de 30 por cento desde que o Bolsonaro assumiu o governo. Na realidade, ele é o principal agressor contra jornalistas, principalmente, mulheres jornalistas”.
O Sindicato condena mais um atentado ao direito democrático e ao exercício profissional de informar. “O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, aliado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) condena, repudia, a agressão covarde e solicita urgentes providências das autoridades para apurar e punir o agressor”, concluiu a nota assinada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mário Sousa e sua a Diretoria.
AGRESSOR ERA ASSESSOR PARLAMENTAR EM TRÊS RIOS
Também nesta segunda, a Câmara de Três Rios informou que exonerou o assessor parlamentar envolvido na agressão contra o cinegrafista. Até o momento, ele ainda não havia prestado depoimento para a Polícia Civil quanto ao caso.
“A Casa Legislativa trirriense vem a público externar repúdio às atitudes do assessor parlamentar, no episódio ocorrido em Comendador Levy Gasparian. Essa não é a atitude que se espera de um servidor. Informamos também, que após ter ciência do ocorrido, o vereador Robson de Souza (Robson dentista) não teve outra alternativa e solicitou à presidência, a exoneração imediata do servidor. Já que o vereador não compactua com qualquer tipo de violência e desrespeito. Ainda mais com um jornalista no exercício da sua função. Ressaltamos que o vereador é a favor da democracia, diálogo e da liberdade de expressão. O presidente da Câmara de Vereadores, Ercules Rodrigues (Professor Erquinho) – defensor da liberdade de imprensa e do respeito aos profissionais que fazem seu trabalho com responsabilidade – também manifestou-se e repudiou todo e qualquer tipo de agressão seja verbal ou física. Ao cinegrafista, nossos votos de célere recuperação”, disse em nota a Câmara de Três Rios.
PRESIDENTE SE MANIFESTA
Conforme divulgado pelo Agência Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, inicialmente publicou um texto no Twitter repudiando a postura de Jefferson, em relação a Cármen Lúcia e à sua ação armada contra os policiais, mas também criticando a existência do que ele chamou de “inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”.
Mais tarde, Bolsonaro publicou um vídeo em que chama o ex-deputado de bandido. “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio”, finalizou o presidente.
