Eleições para o Conselho Tutelar de Porto Real são remarcadas para o próximo domingo dia 8, após anulação

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PORTO REAL

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) remarcou para o próximo domingo, dia 8, as eleições para a escolha dos membros do Conselho Tutelar do município. As eleições para o Conselho Tutelar no município foram canceladas no final da tarde de domingo, dia 1º, por suspeita de irregularidade em uma das sete urnas emprestadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) para votação por meio de cédulas. Onze candidatos concorriam a uma das cinco vagas de conselheiros.

De acordo com o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Bruno Costa, a eleição foi cancelada após o retorno das sete urnas espalhadas no município para a sede da Secretaria de Assistência Social do município, onde ocorreria a apuração dos votos. “Antes de começar a apuração, nós fomos conferindo cada urna que retornava dos locais de votação. Nós identificamos uma urna, que estava um pouco aberta. A chapa de metal quadrada em cima da tranca estava meio aberta. Por este motivo, nem demos início a contagem dos votos”, explicou Bruno.

O presidente, contou que com a presença do Ministério Público (MP), o Conselho tomou a decisão de cancelar as eleições por causa desta irregularidade na urna que estava no ponto de votação da Escola Municipal Professora Eliana Provazi, no bairro Village.

Ele explicou que todas as urnas foram lacradas no dia 29, no Ministério Público de Porto Real e as chaves ficaram acauteladas com a promotora.

Haverá novas eleições no município no próximo domingo, dia 8. “Para evitar esse tipo de problema, queremos avançar para que, nas próximas eleições, daqui a quatro anos, sejam utilizadas urnas eletrônicas em todos os municípios do estado do Rio”, planeja a promotora de Justiça Raquel Madruga, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MPRJ (CAO Infância/MPRJ), acrescentando que nas eleições deste domingo, o MPRJ foi responsável pela articulação com o TRE para empréstimo das urnas eletrônicas em alguns municípios e fornecimento de lista de eleitores.

PROMOTORES ACOMPANHAM ELEIÇÕES NO ESTADO

Durante todo o domingo, dia 1º, 137 Promotores de Justiça acompanharam o processo de escolha para conselheiros tutelares nos 92 municípios do Rio de Janeiro. Os membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) atuaram nos 904 locais de votação em todo o estado, sendo 263 na capital, fiscalizando a regularidade dos trabalhos, o exercício do direito de votos dos eleitores e atuando para coibir irregularidades eventualmente praticadas por candidatos e seus representantes.

A fiscalização de todo o processo eleitoral é atribuição do Ministério Público prevista no art. 139 do ECA.  A promotora de Justiça Raquel Madruga, ressaltou o trabalho dos membros do MPRJ que cumpriram essa missão.  “Eu gostaria de ressaltar o trabalho dos promotores que atuaram durante todo o processo de fiscalização, desde a publicação dos editais, análise das candidaturas, votação e apuração dos votos” destacou a promotora.

Para tornar ainda mais eficaz as fiscalizações nas eleições ocorridas domingo, o MPRJ criou em sua sede, no Centro do Rio, uma base de distribuição das comunicações. Até às 17 horas, quando encerraram as votações, o órgão recebeu 102 relatos de irregularidades, sendo 79 por meio da Ouvidoria/MPRJ e 23 pelo Disque-Denúncia. A operação foi controlada pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude (CAO Infância/MPRJ), com o suporte da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Todas as denúncias recebidas darão ensejo à instauração de procedimentos administrativos do MPRJ em todo o Estado, nos quais serão colhidos depoimentos de testemunhas e analisadas as provas existentes, que poderão resultar na impugnação de novas candidaturas, por via administrativa ou judicial.

Caso se comprovem irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral, o candidato pode perder seu cargo, mesmo após ser empossado. Inicialmente, cabe à Comissão Eleitoral aplicar sanções a esses casos e posteriormente, enviar peças de informações ao MPRJ, com provas, para subsidiar ações judiciais de impugnação de campanha ou até mesmo destituição do cargo de Conselheiro Tutelar, caso haja comprovação de poder político, econômico ou ideológico.

Conforme previsão legal, incumbe aos Conselhos Municipais do Direito da Criança e do Adolescente organizar o processo de escolha dos conselheiros tutelares em cada Município do Estado, cabendo ao MPRJ a fiscalização da lisura e transparência do pleito, em conformidade com critérios estabelecidos pelo TRE/ RJ para a divulgação das listagens de eleitores e utilização das urnas eletrônicas.

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