Economista dá dicas para utilizar o 13º salário de maneira consciente

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SUL FLUMINENSE

Com o fim do ano batendo à porta, os trabalhadores com carteira assinada já receberam a primeira parcela do décimo terceiro salário, que somado a segunda parcela,  pode representar um alívio para quem quer organizar a vida financeira. Cerca de 83 milhões de brasileiros serão beneficiados com o rendimento adicional, em média, de R$ 2.539, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O benefício deve injetar aproximadamente R$ 232,6 bilhões na economia do país até dezembro deste ano.

O Economista, mestre em Economia e professor da Estácio, Eduardo Amendola Camara, avalia inteligência financeira é fundamental para o melhor uso do benefício. “Para muitas famílias esse reforço no caixa será um alento diante do aumento de itens como gasolina, energia, alimentos e vários outros e pemitirá então um reequilíbrio no orçamento familiar. No entanto algumas famílias não irão apenas reduzir seu nível de endividamento, elas irão realizar investimentos! Nos últimos tempos parece uma utopia falar em investimento mas algumas famílias conseguem gastar menos do que recebem. Como elas fazem isso? A resposta é através da gestão financeira. Um método onde as famílias administram recursos, buscando a otimização deles por meio da maximização das receitas e minimização dos gastos”, aponta.

De acordo com ele, este momento é de quitar dívidas e guardar o que restar. Para ele o momento é de incertezas, já que se aproxima o ano eleitoral, e ainda pandêmico. “Estamos em um momento bem difícil da economia e muitas pessoas podem ter se endividado nos últimos meses. Dessa forma, uma atenção especial às dívidas contraídas no passado deve ser foco de atenção. Portanto não é época para se gastar dinheiro, esse é o primeiro grande alerta: Caso haja dívidas, quite. E, caso sobrar alguma coisa, ou ainda se não houver dividas, a melhor solução é poupar. O rotativo do cartão de crédito é o maior desde 2017 chegando a 339% maior, já o cheque especial está em 145%, todas essas taxas ao ano. Ou seja, é preciso ter juízo, para quem tem dívida a melhor solução é quitar, ou a situação vai piorar ainda mais. Não é momento para se comprar um carro, por exemplo, devido a falta de semicondutores, e os altos valores dos combustíveis”, frisa.

De acordo com ele, responder a seguinte frase ajuda na educação financeira: ‘Eu preciso ou eu quero comprar tal item?’ E enumera algumas dicas para melhorar a vida do cidadão.

O QUE EU DESEJO? – As escolhas devem levar em consideração o quanto há disponível. Não adianta criar metas que não sejam alcançáveis, que não correspondam à sua situação atual de vida.

EU POSSO? – Por mais que a aquisição de um certo item faça a diferença na sua vida, reflita se você realmente pode, nesse momento, adquiri-lo e, caso seja indispensável realizar uma compra, avalie se algum outro gasto menos prioritário pode ser reduzido.

EU DEVO? – Como dizia o ditado, “querer não é poder”. Ao realizar suas escolhas financeiras, pense se realmente necessita de determinado produto e o quanto ele pode afetar a sua rotina ou seu estilo de vida.

EU PRECISO? – Ao realizar uma compra, reflita se realmente precisa desse produto. Qual será a diferença disso para a minha vida e o meu dia a dia?

Resumindo, antes de realizar uma compra faça a seguinte pergunta: – Eu preciso ou quero esse item? Se a resposta for quero, não compre. Assim você conseguirá destinar recursos para as necessidades mais importantes e evita as armadilhas da velha arte das vendas.

NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS

Com a renegociação de dívidas, os consumidores têm a oportunidade de conseguir bons descontos se optarem por pagar à vista. Assim, conseguem também reduzir ao máximo o valor do endividamento.

Para quem tem muitas dívidas, a recomendação é priorizar o pagamento da dívida mais cara, ou seja, aquela que possui taxa de juros mais alta.

No caso dos trabalhadores sem contas em aberto ou empréstimos com parcelas atrasadas, o especialista em finanças indica o uso do pagamento como uma reserva de emergência.

Os trabalhadores não podem dar um passo maior que a perna e investir o dinheiro em pagamentos que podem trazer dívidas ou mais, no caso dos já endividados.

 

Injeção na economia 

O montante de R$ 232,6 bilhões que deve ser injetado na economia representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dos cerca de 83 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados com o pagamento do 13º salário, 51 milhões, ou 61% do total, são trabalhadores no mercado formal, entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, que somam 1,3 milhão, equivalendo a 1,6% do conjunto de beneficiários.

Do montante a ser pago como 13º, aproximadamente R$ 155,6 bilhões, ou 66,9% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 33,1% dos R$ 233 bilhões, ou seja, cerca de R$ 77 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas. Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 31,3 milhões de pessoas, que receberão R$ 45,4 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 11 bilhões (4,7%); aos aposentados e pensionistas dos Estados, R$ 15,8 bilhões (6,8%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 4,7 bilhões.

 

 

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