Distritos de Barra Mansa revelam suas potencialidades turísticas e econômicas

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BARRA MANSA

O município de Barra Mansa conta com seis distritos, todos oferecendo potencialidades em áreas como economia e turismo – natural, histórico e religioso. Nesses 190 anos de Barra Mansa, o jornal A VOZ DA CIDADE retrata nessa matéria especial a força dos distritos.

CENTRO 

Ponte dos Arcos – Foto: Gabriel Borges

O 1º distrito é chamado de Sede ou pelo próprio nome do município, é o mais populoso e onde se encontra o Centro da cidade. A ocupação do território teve início em 1764, quando o Vice-rei do Brasil concedeu a Francisco Gonçalves de Carvalho uma sesmaria, na qual foi erguida a Fazenda da Posse. Devido sua localização privilegiada, o povoado se tornou ponto obrigatório de tropas vinda do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais a caminho dos portos de Angra dos Reis. Seu desenvolvimento populacional se deu na primeira década do século XIX, por ação de Custódio Ferreira Leite, o Barão de Ayuruoca, que doou terras para que colonos pudessem construir suas casas. O nome ‘Barra Mansa’ vem da denominação do Rio Barra Mansa, afluente do Rio Paraíba do Sul.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Bruno Paciello, gerar renda é o objetivo da pasta. “Estamos empenhados em atrair indústrias e gerar empregos em Barra Mansa. Isso também inclui as potencialidades oferecidas por nossos distritos. Temos o privilégio de ter cinco com grande potencial turístico e econômico. São localidades extremamente importantes para descentralizar a economia e gerarmos novas oportunidades de negócios em cada parte da cidade”, disse.

Floriano 

Floriano é o segundo distrito  – Foto: Gabriel Borges

O segundo distrito é Floriano, no início do século XIX, o território era cortado por trilhas para passagem de tropeiros, quando por volta de 1860, surgiu o povoado da Vila dos Remédios. Originalmente, o território pertencia ao distrito de Rialto, do qual Floriano foi desmembrado em 1883 para ser elevado à categoria de distrito, no dia 9 de setembro de 1890. Na época, o distrito era denominado apenas como Divisa, posteriormente, alterou o nome para Floriano (1926), Ribeirão da Divisa (1943) e definitivamente, Floriano, em 18 de outubro de 1951. O desenvolvimento da localidade ocorreu quando José Lomba de Abreu, então proprietário da Fazenda Cachoeira (atual Rochinha), doou parte de suas terras para a edificação da estação ferroviária (1872), construção de casas e praças, e para abertura de ruas. O nome do distrito é em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto, ex-presidente do Brasil, que faleceu na fazenda Paraíso, localizada no distrito.

No dia 30 de julho de 2022 foi inaugurado, em Floriano, o Santuário Diocesano de Adoração Coração Eucarístico de Jesus. De acordo com o secretário de Barra Mansa, Bruno Paciello, o Santuário Diocesano de Adoração Coração Eucarístico de Jesus vai fomentar a economia local, atraindo fiéis, tanto do próprio município como de diversas partes do estado, já que é o primeiro santuário da região.

Em Floriano também fica a Fazenda Rochinha, que foi construída no século 18, e atualmente produz a cachaça Rochinha e o Gin Amazzoni. O gin Amázzoni foi premiado no concurso mundial World Gin Awards – 2018, em Londres. A bebida, que é produzida no Rio de Janeiro, conquistou a categoria ‘Produtor Artesanal do Ano’. O distrito conta com uma atração natural de destaque: a Cachoeira do Salto.

Uma das moradoras é Nia Silva. Ela tem 91 anos, 83 deles foram passados na mesma casa no distrito. “Gosto daqui, tenho comércio há 50 anos e sou feliz aqui”, conta.

Floriano – Foto: Gabriel Borges

Nia Silva – Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

RIALTO 

Rialto é o terceiro distrito – Foto: Gabriel Borges

O terceiro distrito é Rialto, localizado entre os rios Turvo e Bananal, o povoado teve origem em 1795. Inicialmente era conhecido como Divino Espírito Santo da Barra do Turvo, depois, Curato do Divino Espírito Santo da Barra do Turvo (1833), quando pela Lei Provincial nº 308, de 29 de março de 1844, foi elevado à categoria de freguesia, sob a denominação Freguesia do Divino Espírito Santo da Barra do Turvo. Em 1909, passou a denominar-se Distrito do Espírito Santo e definitivamente, Rialto, a partir de 1º de janeiro de 1944. Dentre seus desbravadores destaca-se o cap. Francisco da Cunha Muniz de Gusmão, doador das terras onde foi edificada a Igreja do Divino Espírito Santo (1850). A versão mais conhecida para a origem do nome de Rialto faz referência ao Rio Bananal, que ao atravessar o território do distrito percorre uma área de planalto, descendo a seguir para desembocar no Rio Paraíba do Sul. “É local de passagem e descanso dos ciclistas da região, Rialto também oferece registros históricos de Barra Mansa, por meio da Fazenda Bocaina e da Igreja do Divino Espírito Santo. Na comunidade acontece há quase 40 anos a encenação da Paixão de Cristo, realizada com um elenco amador e diferente a cada edição. O torneio leiteiro também movimenta o distrito”, destaca Paciello.

Nascida em Rialto, a pensionista Denise Borges Caravieri, 87 anos, se diz honrada em ter nascido no distrito e ama o local. “Estudei fora, mas sempre vinha visitar a família, adoro o local, o povo e sou muito feliz aqui”, cita.

Denise Borges Caravieri nasceu no distrito – Foto: Gabriel Borges

Rialto – Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

 

NOSSA SENHORA DO AMPARO 

Amparo e a rua de pedra – Foto: Gabriel Borges

Nossa Senhora do Amparo, o quarto distrito, criado em 29 de março de 1844, foi no século XIX o mais importante para o município, não só por sua grande produção de café, do qual foi precursor, mas, também pelo elevado número de fábricas e lojas comerciais que ali estavam instaladas. No distrito, surgiu o primeiro teatro de Barra Mansa – o Theatro Amparense, erguido em 1875, e também foi o local onde nasceu um dos maiores artistas visuais do Brasil, Flávio de Carvalho. O distrito ainda possui muitos atrativos turísticos, como a cachoeira do Robertão e a Fazenda Santana do Turvo, que no passado foi a maior produtora de café do município, fundada pelo português Manoel Gomes de Carvalho, o 1º Barão de Amparo.

O secretário lembra que atualmente a Igreja Nossa Senhora do Amparo passa por uma reforma. “Emendas parlamentares designaram aproximadamente R$ 949 mil para custear a restauração. Devido ao precário estado de conservação, o templo permanecia fechado desde 2015. Com as novas intervenções, o monumento será devolvido à comunidade. As obras seguem as determinações e fiscalizações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ministério do Turismo, com o apoio da Cúria Diocesana de Volta Redonda e Barra do Piraí, para que sejam respeitados os contextos arquitetônicos e históricos, não descaracterizando a construção original, em estilo neoclássico”, conta o secretário.

A Igreja de Nossa Senhora do Amparo foi construída em 1829. No local ainda existe a Casa do Artesão Stela de Carvalho aberta todos os dias.

A aposentada Nilza Aparecida, 46 anos se diz feliz morando no local. “As escolas são ótimas, há cursos profissionalizantes para os jovens, a vizinhança é boa, tem casarões lindos, rua histórica. Mas precisamos de melhoras de infraestrutura e de emprego”, cita.

Amparo – Foto: Gabriel Borges

Nilza Aparecida é feliz morando no local – Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

 

 

ANTÔNIO ROCHA

A Igreja Nossa Senhora da Conceição – Foto: Gabriel Borges

O quinto distrito, Antônio Rocha, foi criado no dia 29 de março de 1993. A denominação do distrito é uma homenagem ao português Antônio Francisco da Rocha, que foi acionista e diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas. A denominação da localidade de Ataulfo de Paiva, anexo ao distrito, é uma homenagem a Ataulpho Nápoles de Paiva, escritor e magistrado brasileiro, que foi redator do jornal Aurora Barramansense. “O distrito de Antônio Rocha conta com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a antiga estação ferroviária, construída em 1897. O distrito também realiza o torneio leiteiro que busca aproximar produtores e representantes agropecuários da região”, cita.

Pecuária leiteira é o forte do distrito – Foto: Gabriel Borges

Antonio Rocha — Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

 

SANTA RITA DE CÁSSIA

Local foi elevado a distrito após lei em 2006 – Foto: Gabriel Borges

Pela Lei Municipal nº 3.613, de 25 de outubro de 2006, foi transformado em distrito a localidade de Santa Rita de Cássia, denominado como 6º distrito do município de Barra Mansa. Com aproximadamente dois mil moradores, Santa Rita destaca-se por sua grande produção de hortaliças e pela tradicional festa da agricultura familiar. “O distrito se destaca por ser um polo hortifrutigranjeiro. Os agricultores locais integram a Associação de Produtores Familiares de Santa Rita”, lembra o secretário.

Vicente Baldinho de Oliveira, 68 anos, é agricultor e vive há 50 anos da agricultura. “A vida é de muito trabalho, mas é pacata, tranquila, sem a agitação e barulho da cidade, temos bons vizinhos e uma ótima qualidade de vida”, analisa.

Santa Rita – Foto: Gabriel Borges

Vicente Baldinho de Oliveira, 68 anos, é agricultor – Foto: Gabriel Borges

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