Dia Mundial do Doador de Sangue: data revela importância de doações para salvar vidas

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SUL FLUMINENSE

Nessa quarta-feira, dia 14, é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data é usada para conscientizar e incentivar as doações. Além de ser uma atitude importante para quem doa, é fundamental para quem recebe.

Seja um doador espontâneo ou repositor, uma única bolsa doada pode salvar até quatro vidas. O sangue é essencial para tratamentos e intervenções urgentes e pode ser necessário, entre outros casos, em anemias profundas, hemorragias graves, queimaduras de 3º grau e hemofilia.

Ernando Teixeira, de 69 anos, é doador espontâneo desde os 22 anos, que são aqueles que ajudam regulamente a manter o estoque do Hemonúcleo. Ele conta que em 2022 descobriu que não poderia mais doar sangue porque estava com arritmia. Um tempo depois, recebeu a notícia que precisaria fazer uma cirurgia no coração conhecida como ‘ponte de safena’ e que precisaria de doações. “Apesar de ser doador há anos, quando precisei da doação percebi ainda mais a importância dessa ação. No começo fiquei com receio de não conseguir doadores porque moro em Angra dos Reis e as doações teriam que ser feitas em Volta Redonda, onde fiz a cirurgia. A princípio entrei em contato com conhecidos de Barra Mansa, mas ninguém pôde doar. Então liguei para pessoas aqui de Angra que se voluntariaram e levei cinco delas no meu carro para doarem”, disse.

Ernando acrescenta ainda que além dessas pessoas, outras três de Volta Redonda se solidarizaram com a sua história e foram doadores repositores, que são aqueles que doam sangue para uma pessoa em específico que está precisando. “Achei que seria difícil conseguir essas doações, mas entreguei nas mãos de Deus e pensei que assim como eu sempre fiz o bem para o próximo, alguém também iria fazer por mim. Muitas pessoas têm medo de doar, mas é muito seguro. Hoje você doa e amanhã você pode precisar receber”, falou.

DOAR A QUEM PRECISA

Quem está passando por essa situação, são os familiares e amigos de Thainá Oliveira de Paula, de 10 anos, que está internada no Hospital Santa Maria com pneumonia bacteriana. Eles já foram até o Hemonúcleo de Barra Mansa e fizeram a sua parte para ajudá-la. Uma dessa pessoas é Adriano Sabino, que é doador espontâneo desde 2001, mas que em 2012 também precisou receber uma doação. “Há 11 anos sofri um acidente de moto e precisei realizar três cirurgias. Quando eu precisei parentes, amigos e até quem eu menos imaginava me ajudou. O pai da Thainá é um grande amigo meu e quando fiquei sabendo pelo que ela estava passando me senti obrigado a fazer o mesmo por ela”, comentou.

O morador de Barra Mansa Alexandre Martins também é doador desde 2001. Ele conta que durante esse tempo recebeu a notícia de que a mãe precisaria de uma doação. “Toda vez que doamos estamos salvando vidas. O sangue da gente tem muito valor. Um dia podemos precisar ou alguém da nossa família. A doação faz bem para quem doa e para quem recebe”, ressaltou.

ESTOQUE REGULARIZADO

A coordenadora do Hemonúcleo de Barra Mansa, Thaís Mendes, explica que no momento o estoque de sangue da unidade está regularizado, mas isso pode mudar a qualquer momento. “Temos mais saída de hemocomponentes do que entrada, então não conseguimos manter uma constância semanal e nem mensal e isso faz com que a gente fique com o estoque balanceado para conseguir atender urgência e emergência. Hoje (ontem) ele está estável, mas até o final do dia pode entrar em estado crítico”, disse.

A coordenadora relata que quando entram as estações mais frias há uma queda nas doações por causa dos sintomas gripais. Independente disso as doações não deixam de ser importantes, pelo contrário, se tornam ainda mais fundamentais. “Nessa época temos um pouco de dificuldade de conseguir doadores. Para conseguirmos atender as demandas precisamos cada vez mais de doações espontâneas, porque as doações de reposição o paciente já está utilizando o material e quem está doando é só para manter o estoque. Nós precisamos do doador regular, principalmente nessas épocas mais críticas, para conseguir manter o estoque regularizado”, relatou.

Para estimular as doações o Hemonúcleo de Barra Mansa realiza em datas comemorativas iniciativas de conscientização. Amanhã, dia 15, começa mais uma. O Arraiá do Hemonúcleo, onde os próprios funcionários decoram toda unidade e ao invés de disponibilizarem o tradicional lanche para os doadores, oferecem comidas típicas juninas. O Hemonúcleo fica na Rua Pinto Ribeiro, n° 205, anexo à Santa Casa de Misericórdia, em Barra Mansa, mas atende também as demandas de Rio das Flores e Valença. Quem for doar pode estacionar no pátio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, na Rua Oscar da Silva Marins, n° 155. Ambos ficam no Centro.

COMO DOAR?

Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos. Para o idoso, a primeira doação deve ser feita até 59 anos, 11 meses e 29 dias. Menores de idade só podem doar mediante autorização dos responsáveis. A mulher pode doar até três vezes em um período de 12 meses, com intervalo mínimo de 90 dias entre as doações. O homem pode doar até quatro vezes em um período.

Aquele que deseja doar deve estar com a saúde em dia, pesar no mínimo 50 quilos e não ter ingerido bebida alcoólica no mínimo 12 horas antes da doação. Caso tenha feito tatuagem, deve aguardar seis meses após a realização da mesma.

AJUDE THAINÁ

Aqueles que quiserem ajudar Thainá e doar especificamente para ela, basta comparecer no Hemonúcleo de Barra Mansa e informar a doação para Thainá Oliveira de Paula, que está internada no Hospital Santa Maria. Para mais informações entre em contato pelo telefone: (24) 3512-0788.

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