Comissão de Saúde da Alerj debate o diagnóstico e o tratamento da endometriose

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ESTADO/SUL FLUMINENSE

A Comissão de Saúde, presidida pelo deputado estadual Tande Vieira, debateu nesta quarta-feira o diagnóstico e tratamento da endometriose, doença que afeta uma a cada dez brasileiras segundo o Ministério da Saúde. Diversas autoridades do setor se reuniram para o debate que apontou ainda desafios que precisam ser enfrentados para garantir o atendimento às mulheres que procuram a rede pública, em especial no interior do Estado.
O deputado lembrou que já existe uma lei estadual que prevê o tratamento da doença na rede pública, porém é preciso um esforço maior para atender as mulheres que estão longe dos centros de excelência. “A endometriose é uma doença social e de saúde pública e demanda uma ação efetiva do Estado. Temos conversado com o secretário de Saúde, Dr. Luizinho, que já identificou esta necessidade e está desenhando uma proposta de política para resolver a questão”, ressaltou o deputado que é ex-secretário de Saúde de Resende.

Uma das autoridades que usou a palavra na audiência foi o coordenador da área de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde, Antônio Braga Neto. Ele apontou a necessidade de criar um protocolo de cuidados para acolhimento dessas mulheres na atenção primária. “Se a mulher precisa de cirurgia, quais podem ser realizadas no seu município, quais são de maior complexidade e devem ser encaminhadas para a capital? Temos núcleos de excelência no Estado, temos médicos capacitados, mas precisamos estabelecer como as pacientes devem ser acolhidas para garantir que recebam o tratamento adequado”, ressaltou.

Ricardo Lasmar, membro da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do Cremerj, também falou sobre a importância desse acolhimento adequado da paciente. “Os ganhos obtidos a partir de uma anamnese e de um exame de imagem bem realizados são imensuráveis no tratamento da endometriose. Precisamos interferir na cultura médica para otimizar o atendimento”, afirmou.

Um dado interessante foi levantado pelo coordenador do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE-UERJ), Marco Aurélio Pinho de Oliveira. Segundo ele, o atraso no diagnóstico é de oito a dez anos. Ele apontou ainda a necessidade de um tratamento multidisciplinar. “Criamos o ambulatório em 1997 porque sempre tivemos uma demanda muito grande para tratamento da doença. O gasto com medicamentos é alto, e a taxa de infertilidade é, em média, de 40%. A doença não afeta somente o sistema reprodutor, por isso demanda um time multidisciplinar”, ressaltou.

Participaram ainda da audiência o prefeito de Resende, Diogo Balieiro; o secretário de Saúde do município, Jayme Neto; a subcoordenadora de Saúde da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Alessandra Nascimento; os deputados Dr. Deodalto e Felipinho Ravis, além de diversas autoridades ligadas ao setor.

 

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