Clube Palmares de Volta Redonda comemora 57 anos de existência com atividades religiosas e socioculturais

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VOLTA REDONDA
Ontem, parte das comemorações dos 57 anos do Clube Palmares de Volta Redonda, que fica na Avenida Roma, no bairro Jardim Europa, contou com momento especial. Teve celebração com apresentações culturais e manifestações do resgate da história de luta de pessoas que ajudaram na construção da cidade.
Para a professora Josiane Laureano, uma das filhas do ícone João Laureano (in memoriam), declarou que celebrar Palmares é assumir o compromisso com a vida por um mundo melhor. “Meu pai, João, seu amigo engenheiro Nazário e sua amiga Maria da Glória, foram jovens que viam uma sociedade organizada em Volta Redonda de exclusão, especialmente do povo preto impedido de frequentar vários ambientes, como clubes”, contou a professora, lembrando que, juntos, eles queriam um espaço que a comunidade negra pudesse se encontrar e se inserir de uma forma diferente dentro da sociedade que se organizava.
Na ocasião, próximo de completar os 30 anos, os três amigos deram exemplo de compromisso com a vida sobre a questão básica da sociedade estruturada no racismo estrutural. Sendo assim, fundaram o Clube Palmares, marca da história de Vota Redonda e do país. O espaço passou a ser um dos poucos clubes que conseguiu se estruturar como uma organização filantrópica com um ponto de cultura. “Com o local, tivemos a oportunidade da manifestação, da apresentação e de representatividade do povo negro”, destacou a professora.
ANCESTRALIDADE
A psicóloga Sílvia Almeida, filha do vice-presidente do Clube, Ronaldo Furtado, declarou que estar no local significa muito para ela. “É retorno à nossa ancestralidade, aos momentos de memória que eu tenho da minha infância aqui no Clube. A memória do feijão, da música, das lutas e resistências que representam também a história de Volta Redonda. Por aqui passaram mulheres fantásticas e agora temos um movimento grande dentro do clube com a presença das mulheres”, declarou.
O coordenador do Movimento Pela Ética na Política (MEP), José Maria da Silva, o Zezinho, que também participou das comemorações, contou que conheceu João Laureano, na década de 90. “Pessoa admiravelmente calma e focada. Aprendi muito com ele, um mestre”, declarou, ressaltando que no início do novo milênio, o MEP participou de importantes encontros sobre educação, quando no Clube, em 2002 funcionava o Pré Vestibular para Negros e Carentes (PVNC). “Agradeço a acolhida da direção do clube na pessoa do presidente Edson Daniel”, finalizou.

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