Casos de Covid-19: Médico diz que doença ainda não acabou e critica desobrigação do uso de máscara  

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BARRA MANSA

Nessa semana foi informado que o Brasil registrou um aumento de 26% nos casos positivos de Covid-19 em relação a duas semanas atrás. Na região do Médio Paraíba, a cidade de Três Rios já anunciou a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados devido ao aumento de casos de coronavírus. Esse é o assunto que o médico pneumologista Gilmar Zonzin, membro da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (Sopterj), tratou em entrevista ao A VOZ DA CIDADE. Sem alarmismo, mas com precauções vendo um vírus ainda desconhecido da medicina, disse que a liberação das máscaras nos locais foi precipitada e é preciso conscientizar que a doença não acabou.

Segundo ele, os cuidados com higienização, uso de máscara em locais com grande aglomeração e a vacinação, continuam sendo o caminho mais prudente para lidar com a doença, até mesmo porque considera que nem tudo sobre ela foi descoberto e já foi provado que as mutações podem ser avassaladoras também.

“Mesmo com muitas pessoas vacinadas, outros que tiveram já doença, milhares de vulneráveis que perderam a vida, o vírus não deixaria de circular. Com essas questões espera-se que o vírus não seja associado as formas de maior gravidade que foi aquela situação catastrófica que vivemos. O excesso de confiança que a doença acabou tem aumentado a disseminação do vírus também”, destacou.

O médico esclareceu que atualmente é mais uma doença que se parece com uma gripe ou um resfriado, mas a taxa de transmissibilidade continua muito alta devido a nova variante, por isso é necessário se atentar a sintomas, não deixar de fazer testes quando for indicado e procurar um médico para se tratar de maneira correta. De acordo com o médico, embora os casos sejam leves, o que se via e ainda se vê são problemas a longo prazo. “A Covid é tão complexa que produz complicações tardias”, afirma.

Uma preocupação atual é com relação a crianças menores de cinco anos que não tomaram vacina. “Tem sido uma preocupação da nossa parte, é polêmico, mas os médicos estão vendo casos de mais agressividades. A tendência do ponto de vista técnico é que a vacina se mostra segura e eficaz nessas faixas menores”, disse Zonzin, frisando que em todos os grupos variados é errado falar que não aconteceram efeitos colaterais, mas tudo isso foi dentro do previsto e não é algo que deve ser visto com alarmismo.

Outro ponto de preocupação, que surpreendeu o mundo todo, é a capacidade do vírus de sofrer mutações. “Isso sempre deixa os médicos com um pé atrás. Fica difícil prever o comportamento da doença daqui a três meses, assim como era difícil ver no passado. Por isso, a cautela não pode ser deixada de lado”, apontou, se referindo ao fato que tudo voltou a normalidade e quase mais falam ou pensam na doença. “Estamos numa zona cinzenta. Não é mesmo uma situação tranquila”, apontou, lembrando ainda da necessidade dos que ainda não se vacinaram receberem as doses necessárias.

VACINAÇÃO

E sobre como será a vacinação das pessoas daqui para frente? É outra pergunta que a ciência ainda trabalha para achar a resposta. Questionado sobre como espera essa vacinação na sociedade, o médico disse que ainda há pesquisas em andamento, até mesmo para produzir uma vacina para as variantes. Existe ainda uma incerteza no período de proteção, mas acredita que a aplicação será anual, porém não arrisca o número de doses. “O processo natural é os vírus ficarem mais brandos”, finaliza, mas ainda é preciso cuidados e não se esquecer que o coronavírus ainda circula e em muitos casos pode matar.

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