Na tarde de hoje, 1º de novembro, o atual presidente da República Jair Bolsonaro (PL), após mais de 44 horas sem se pronunciar sobre resultado da eleição, falou durante dois minutos. Marcou um pronunciamento para as 15 horas e falou às 16h37min. Em seu curto discurso destacou que não concorda com os métodos que estão sendo usados nos movimentos nas ruas e que continuará cumprindo os mandamentos da Constituição Federal. Nenhuma menção sobre sua derrota para Lula nas urnas foi feita.
Bolsonaro agradeceu aos 58 milhões de brasileiros que votaram nele. Citou que os movimentos que estão ocorrendo são fruto da indignação e do senso de justiça, mas também criticou. “As manifestações pacíficas são bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda que sempre prejudicaram a população que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, disse.
O presidente citou que a direita surgiu de verdade no país. “Nossa robusta manifestação no congresso mostra a força dos nossos valores – Deus, pátria, família e liberdade. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e progresso, mesmo enfrentando o sistema superamos a pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, afirmou.
Bolsonaro perdeu nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo, segundo turno das eleições. O percentual dele foi de 49,10% contra 50,90%, uma diferença de pouco mais de dois milhões de votos. Desde então, na madrugada, movimentos começaram a ser organizar em rodovias federais, impedindo totalmente o fluxo dos veículos e tirando o ir e vir da população. Eles conclamam que houve fraude nas eleições.
O Tribunal Superior Eleitoral fez o reconhecimento de Lula como presidente eleito cerca de duas horas após o fim da votação.
Bolsonaro, desde a noite de domingo, estava sendo cobrado de um reconhecimento. Muitos apontam que o silêncio do presidente, teria estimulado os bloqueios pelas rodovias. Há uma ordem do STF para que os bloqueios não ocorram nas estradas, mas em muitos pontos do país, como na região Sul Fluminense.
TRANSIÇÃO DE GOVERNO
Após a fala de Bolsonaro, Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, falou ao microfone para informar sobre a transição de governo. “O presidente Jair Bolsonaro autorizou, quando for provocado, com base na lei, a iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, completou Nogueira.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, foi escalado pelo presidente eleito Lula para comandar a troca de governo. Serão 50 pessoas escolhidas para articular a mudança do governo Bolsonaro par o terceiro mandato de Lula.
COMUNICADO DO STF
Nesta terça-feira, após o primeiro pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma nota oficial. “O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do Presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, diz o comunicado.
