Barra Mansa recebe espetáculo ‘Memórias de uma Maré Cheia’ trazendo um híbrido de afeto e ancestralidade

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BARRA MANSA

O espetáculo ‘Memórias de Uma Maré Cheia’ está de volta aos palcos, apostando em uma linguagem jovem e inovadora e trabalhando temas urgentes à sociedade. Esse espetáculo foi selecionado no edital Sesc Pulsar, entrará em cena nesta quinta-feira, dia 3, às 19 horas, no Sesc. A classificação é de 12 anos com ingressos à venda na secretaria do local.

O projeto reúne artistas que através da dança, poesia, fotografia e música, nos convidam a refletir sobre o lugar da memória como um processo de resiliência. Com texto, idealização, direção e atuação de Thais Ayomide e com elenco composto por Ananda Velozo, coStela, Layla Monçores, LG, Raphael Castro, Victoria Castro, direção musical de Pedro Vidal Griot, Gabi Assis e Ana Magalhães como musicista.

Memórias de uma Maré Cheia nasce do trabalho de conclusão de curso da artista Thais Ayomide, em graduação de Dança pela UFRJ. Como uma pesquisadora do corpo, aponta que queria transformar a memória em movimento. “Me surge então essa reflexão: como dançar memória? E mais do que isso: como dançar memórias de um corpo preto? Corpo esse marcado por ausências, por violências e por apagamentos históricos e sociais. A narrativa das mães pretas me responde esses questionamentos com muito afeto”, ela explica, exaltando a figura da mulher negra e suas construções ancestrais de matrizes africanas.

Um espetáculo teatral, que se propõe a discutir os processos de resiliência que o corpo negro constrói por meio das memórias de mães pretas. “Surge de um anseio pessoal de saber mais sobre a minha história. Eu começo essa pesquisa através dos álbuns de família, das cartas, das narrativas e percebo o quanto a presença das mães pretas é alicerce para se pensar no futuro. Amplio então esse olhar e percebo que esse movimento acontecia em vários outros lares, sobretudo nas favelas e periferias. Eu começo então a entrevistar essas mães, ouvir como a narrativa delas marcam nossos corpos e constitui novas memórias, memórias que possibilitam que outros corpos pretos existam”, Thais conta sobre o processo de criação.

Memórias de uma Maré Cheia aborda diversos temas que marcam e caracterizam experiências de subjetividades da população preta, desde memórias transatlânticas, experiências maternas, às inúmeras violências e violações de direitos que corpos negros vivem historicamente, como desigualdades de acessos e intolerância religiosa. O espetáculo evidencia as memórias corporais características de nossa ancestralidade e, sobretudo, defende o direito às inúmeras manifestações de fé, de religiosidade, de corporeidade.

 

 

 

 

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