Ato marca em Barra Mansa Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher

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BARRA MANSA

Um momento de reflexão da sociedade e de chamar atenção de autoridades para ações eficientes no combate à violência contra a mulher. Esse foi o objetivo de um ato promovido nesta segunda-feira, 25, na Praça da Matriz pela Associação Mulher, Cidadania, Ambiente e Economia Solidária, para lembrar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e marcar os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência. O ato, que contou com varal onde foram apresentados dados de feminicídio e crimes contra mulher na cidade e região, além de momentos de discursos e oração. A mãe da jovem Maria Julia, 16 anos, assassinada em dentro de sua casa no bairro Piteiras há um mês, Cristina Fonseca, fez questão de estar presente.

Cristina disse que estava sangrando por dentro, mas não poderia deixar de comparecer por sua filha. Hoje, para muitos, segundo ela, Maria Julia pode ser um número, mas era uma jovem com sonhos. “Pedimos por Justiça. Hoje meu sentimento é de revolta e espero que as autoridades resolvam o crime. Repito que não quero que nenhuma mãe sinta o que senti no dia que encontrei minha filha morta dentro de casa que deveria ser nosso local seguro. Quero que quem fez isso pague na Justiça e se conscientize do mal que fez sem necessidade. Ele poderia ter levado tudo, menos a minha filha”, disse, emocionada, Cristina.

Cristina Fonseca, mãe da jovem Maria Julia – Fábio Guimas

Para a membro da Associação Mulher, Cidadania, Ambiente e Economia Solidária, a ex-prefeita e ex-deputada Inês Pandelo, a ação foi para chamar atenção sobre os números de crimes contra a mulher em Barra Mansa. “Os dados de 2018 demonstram que já houve crescimento e não tenho dúvidas que os deste ano também vão crescer. Antes me perguntavam se os crimes contra mulheres não figurariam como crescentes por conta do aumento dos registros e eu achava que sim, mas agora está evidente que o número cresce a cada ano”, disse Pandeló que é conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim).

Momentos de discursos pedindo mais atenção das autoridades também marcaram ação – Fábio Guimas

A presidente da associação, Nilda Soares Barbosa, lembrou que a entidade que existe há 25 anos, cobra ainda a volta do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), que está fechado desde 2016. Segundo ela, o local era muito importante para dar o acompanhamento quando uma mulher fazia o registro de violência. “Agora a justiça ainda é falha porque uma mulher faz queixa, não tem acompanhamento e muitas vezes acaba morta e não é protegida”, completou Inês Pandeló.

Durante a ação aconteceu também um momento inter-religioso onde foram lembrados os nomes das vítimas de feminicídio e outros crimes contra mulher.

Representante da OAB Mulher de Barra Mansa também esteve presente, assim como da Casa Paz e Bem.

DADOS NA REGIÃO SOBRE FEMINICÍDIO

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), os números de tentativa de feminicídio cresceram na região Sul Fluminense. De janeiro a setembro de 2018 foram 33 casos, contra 41 no mesmo período deste ano. Já as mortes foram seis entre janeiro a setembro de 2018, já neste ano, de janeiro a setembro, foram dois. Da última semana para cá um feminicídio aconteceu em Volta Redonda, com a morte de Sirlene Ferreira de Lacerda, 38 anos, na quinta-feira, 21. Dois suspeitos, seu ex-namorado Elias Paulo Ferreira e um amigo Elder Moreira Silva, foram detidos. E hoje, em Barra Mansa, morreu Dulcineia Aparecida de Oliveira Silva, 58 anos, não resistiu as facadas que levou de seu ex-marido no domingo. Ele também está preso.

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