Atividade industrial fluminense recua diante de piora da pandemia e de escassez de matéria-prima, aponta Firjan

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ESTADO

A atividade industrial fluminense recuou em todos os meses do primeiro trimestre do ano, ainda que de forma menos intensa em março, quando atingiu 48 pontos. Em janeiro e fevereiro as indústrias de todos os portes apresentaram queda na produção. Já em março, as grandes empresas registraram crescimento. Os dados são da Sondagem Industrial Regional – Estado do Rio de Janeiro, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A pesquisa varia de zero a cem pontos, sendo que os resultados abaixo de 50 representam queda e, acima, aumento, na comparação com o mês anterior.

Os resultados do primeiro trimestre, de acordo com a Firjan, podem ser explicados, em especial, pelo ritmo mais lento da atividade econômica diante da piora da pandemia de Covid-19 no país e pela dificuldade enfrentada pelo empresariado na aquisição de insumos e matérias-primas. “Mais de 60% das empresas mencionam dificuldades na aquisição de insumos. Esse já é o principal problema enfrentado pelas indústrias fluminenses, uma vez que muitas precisam parar a produção até conseguir a matéria-prima. Os fornecedores nacionais ainda estão normalizando a produção e, além disso, a importação está mais difícil”, ressalta Marcio Felipe Afonso, especialista em Estudos Econômicos da Firjan.

O economista pontua que a elevada carga tributária também é um dos maiores entraves mencionados pelos industriais entrevistados. A pesquisa registrou ainda resultados negativos nos indicadores de situação financeira (43,2 pontos), margem de lucro operacional (39,9 pontos) e acesso ao crédito (37,5 pontos).

INDÚSTRIAS ESPERAM CRESCIMENTO

Em abril, os industriais fluminenses registraram expectativa de crescimento na produção (52,8 pontos) nos próximos seis meses. Os empresários também estão otimistas em relação à compra de matéria-prima (50,7 pontos) e à exportação (51,4 pontos). Já as expectativas sobre o número de empregados e investimentos ficaram com 48,8 pontos e 47,7 pontos, respectivamente.

Através do Índice de Confiança do Empresário Industrial Fluminense (Icei-RJ), a Firjan também mede a confiança em relação à economia brasileira, do estado e da empresa, tanto sobre as condições atuais quanto sobre as expectativas para os próximos seis meses. Em abril, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, principalmente por conta das condições atuais, mas se manteve no campo do otimismo, com 53,8 pontos. “Os industriais estão vendo a vacinação avançando e já estão adaptados às novas realidades, como a necessidade de aplicação dos protocolos de segurança nas linhas de produção e o home office”, avalia Marcio Felipe.

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